O procurador João Evangelista Sena Júnior, do Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI) revelou ao ‘UOL’ que o estádio Felipão, do Altos, poderá ser interditado até o final do estadual por conta da confusão generalizada na partida entre Altos e Fluminense-PI, pelo Campeonato Piauiense, que ocasionou na agressão da jornalista Emanuela Madeira, da Globo.
Para João Evangelista, que teve acesso a um relatório feito pelo delegado da partida, não restam dúvidas de que o homem, identificado como João Paulo dos Anjos, faz parte do corpo de funcionários e compõe o estafe do Altos.
“Eu estou me aprofundando no assunto, mas já vimos várias imagens que denunciam o ato. O delegado confirmou no relatório que aquele senhor tem relação com o Altos e, mesmo que o clube negue, o simples fato de ele estar com o uniforme da estafe denuncia”, declarou o procurador ao site.
O procurador diz que enviará, ainda hoje, ao TJD-PI os fatos que comprovam o envolvimento do Altos na agressão contra a jornalista. Se o tribunal julgar procedente o vínculo da equipe com João Paulo dos Anjos, o clube poderá ter seu estádio interditado até o final do Campeonato Piauiense, além de ter que pagar multa.
“A Procuradoria vai oferecer denúncia contra o clube e contra o agressor, e vamos tentar pelo menos interditar o estádio para as próximas rodadas por conta da falha de segurança no local. Além disso, vamos tentar barrar o acesso com pena de multa não só por parte do agressor, como também do clube”, revelou o procurador.
Tanto o clube, quando o agressor, ainda deverão responder criminalmente pelo ato, uma vez que um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil pela jornalista agredida. O procurador ainda contou que enviará os documentos ao Ministério Público Estadual assim que a denúncia for julgada pelo TJD-PI, o que deve acontecer na próxima semana.
“Em paralelo ao processo no TJD, o caso também estará na esfera criminal e estadual já que se trata de uma agressão física contra uma mulher e ficou evidente que, pelas imagens, o clube não está seguindo os protocolos sanitários de afastamento social”, finalizou o procurador.
Entenda o caso
A confusão começou após o apito final da partida, quando o técnico do Fluminense-PI, Wallace Lemos, concedia entrevista coletiva e criticou as condições do gramado do estádio Felipão. Foi aí que o presidente do Altos, Warton Lacerda, partiu em direção do treinador. Ambos trocaram xingamentos e empurrões.
Ao registrar a cena, a jornalista Emanuela Madeira teve seu celular arrancado das mãos por um membro da comissão técnica do Altos, identificado como João Paulo dos Anjos Abreu. No ato, a repórter chegou a ser segurada pelo pescoço e teve que deixar o estádio escoltada pela Polícia Militar, onde seguiu para registrar um Boletim de Ocorrência.
Em nota, o Altos apresentou suas sinceras desculpas à profissional agredida, e se comprometeu a abrir uma investigação para esclarecer o caso.
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