O futebol movimenta bilhões de dólares anualmente. Alguns jogadores recebem salários milionários e se tornam celebridades. Centenas de profissionais, entre comerciantes, jornalistas, empresários, publicitários, dentre outros, vivem do futebol.
Entretanto, uma categoria essencial para o bom andamento dos jogos de futebol carece de profissionalização: a arbitragem.
Em um meio em que muitos profissionais conquistam a independência financeira, os árbitros tornam-se dependentes de escalas para sorteios e, ao menor sinal de desagrado, são colocados na “geladeira”.
A dependência dos árbitros deve-se ao fato de que eles somente são remunerados pelas partidas em que atuam. Logo, caso sua decisão desagrade clube ou dirigente influente, poderão ficar sem escalas e, consequentemente, ter sua subsistência comprometida.
Além disso, enquanto os jogadores são pagos para treinar e têm toda a estrutura dos clubes à disposição, os árbitros são responsáveis pelo seu preparo físico, médico e nutricional, bem como se veem impedidos de exercer outra profissão, já que as escalas saem em cima da hora e eles ficam ausentes de sua cidade por três dias.
Assim, os árbitros de futebol, como os juízes nos tribunais, precisam de independência e estabilidade.
Ato contínuo, enquanto os árbitros dependerem de escala para sorteio e correrem risco de “geladeira”, na dúvida, sempre errarão em favor dos mais fortes e influentes.
Ora, os árbitros são imprescindíveis para o sucesso das competições, já que qualquer dúvida quanto à sua imparcialidade afasta a torcida e os patrocinadores.
Portanto, federações devem conferir autonomia financeira aos árbitros, garantindo um salário mensal fixo independente de escalas, bem como oferecer-lhes toda a estrutura de treinamento e tratamento médico. Além disso, esses profissionais deveriam contar com um contrato especial de trabalho, semelhante ao dos atletas, que lhes permita atuar de forma tranquila e isenta de pressões.
