Quais seriam os limites de um patrocínio no futebol? Em tempos de fair play financeiro, como podem ser controlados valores e exposição de marcas? Controles e regras existem. Mas, como sempre, regras existem para ser quebradas.
É o que parece ter sido o propósito do Huddersfield Town FC, equipe da segunda divisão do futebol inglês, ao entrar em campo, na última terça-feira, com sua nova camisa para a temporada 2019/2020. Sua tradicional camisa listrada de azul e branco trazia uma faixa diagonal com o nome (em caixa-alta) do patrocinador, uma casa de apostas, durante o amistoso contra Rochdale.
O tamanho do nome do patrocinador já é grande. Imagine então em caixa-alta e na diagonal (como a faixa branca do Vasco da Gama). E ainda, uma casa de apostas. Assim, a Football Association contatou a equipe para que prestasse atenção ao regulamento sobre propaganda, aplicável a todas as equipes de futebol na Inglaterra, em relação aos seus uniformes. O regulamento estabelece que o patrocínio em camisas deve ser limitado a apenas uma área, não excedendo 250 centímetros quadrados, e na frente da camisa.
Caso haja contravenção ao regulamento, a camisa pode ser banida. Porém, até que isso aconteça, a estratégia de marketing do patrocinador já foi um sucesso. Isso em um momento em que empresas de apostas sofrem escrutínio no mundo do esporte. Devem ou não ter suas marcas associadas à prática de esporte? Segundo dados da BBC, na última temporada quase 60% dos clubes nas primeiras duas divisões da Inglaterra traziam nomes de casas de apostas em suas camisas (nove na Premier League e dezessete na Championship).
Apesar da proibição de reprodução do logotipo dessas empresas nas camisas vendidas para crianças, tais patrocínios não são proibidos (como é o caso de Alemanha, Portugal, França e Holanda).
Se a moda pegar, teremos então uma mudança radical no estilo e, potencialmente, nas cores dos uniformes. Mais um indício dos tempos em que vivemos, Futebol S.A.