Surreal!
A final da Libertadores 2018 parece ter sido desenhada pelo pintor espanhol que é o maior nome da arte surrealista. O último jogo acontecerá amanhã, em Madri, no estádio do Real, mas o debate jurídico continua. A Câmara de Apelações da Conmebol publicou sua decisão nesta quinta, dia 6 de dezembro, desestimando os pedidos de suspensão definitiva do jogo de volta e a desqualificação do Club Atlético River Plate da competição feitos pelo Boca Juniors, por conta da violência sofrida por sua delegação nas cercanias do Monumental de Nuñes, em Buenos Aires. O Boca, que já havia tido um revés perante o Tribunal de Disciplina da entidade, tem agora a possibilidade da interposição de recurso ao TAS.
O presidente do Boca declarou ao canal espanhol de comunicação Cadena Ser que prosseguirá com o embate jurídico, mesmo admitindo jogar a partida: “Creemos en los reglamentos de la Conmebol. Mañana mismo vamos a reclamar al TAS. Eso es diferente a la responsabilidad que tengo de presentar al equipo”.
Em que pese o legítimo direito recursal garantido ao clube da Bombonera, entendemos ser oportuna a reflexão do caso sob a ótica desportiva, mesmo sabendo que atualmente o futebol é apenas um dos negócios do negócio futebol. Se perder a partida no campo, naturalmente a pretensão recursal será mantida, entretanto, irá ocorrer o mesmo se o clube ganhar em campo? Em uma análise puritana, onde fica o futebol?
Em um contexto em que todos já perderam, inclusive o futuro clube vencedor, para optar entre iniciar a reconstrução da imagem e a arte do futebol sul-americano ou seguir com o caos, vale observar a máxima do ícone do surrealismo: “Acredito que o momento está perto quando, num processo de pensamento paranoico, eu consigo sistematizar a confusão e contribuir para a total descrença do mundo real”.
Quem será o “Salvador Dalí”?
