No dia 4 de fevereiro de 2019, o Her Majesty´s Revenue & Customs (HMRC), a Receita Federal do Reino Unido, protocolou petição de falência do Bolton Wanderers FC, clube da segunda divisão do campeonato inglês.
Com a petição publicada na gazeta oficial, assim tornando o pedido público, conforme as leis locais, a audiência foi marcada pela High Court para o dia 20 de março, ocasião em que decidirá sobre a questão.
Na Inglaterra, uma petição de falência pode ser ajuizada por qualquer credor de empresa, desde que (i) a dívida seja superior a £ 750 (aproximadamente R$ 3.600) e (ii) tenham se passado 21 dias da cobrança oficial da dívida por meio de documento chamado statutory demand (um documento repleto de formalidades legais). Em se tratando de clubes de futebol, é muito comum que seja o HMRC quem ajuíze tais petições.
O clube, que está na zona de rebaixamento, divulgou que está em estágio avançado de negociações com partes interessadas na sua aquisição. O presidente do clube, em declaração oficial, não divulgou dados dos interessados na compra, por força de um contrato de confidencialidade assinado pelas partes da negociação.
O Bolton FC, fundado em 1874 e sediado na cidade de Bolton, na grande Manchester, mantém um recorde curioso no futebol inglês: o de clube com o contrato de fornecimento de material esportivo mais longo da história. Por um período de 22 anos, o Bolton FC teve parceria com a Reebok, marca também fundada na cidade de Bolton, que teve, até 2014, os naming rights do estádio do clube: o Reebok Stadium.
Na situação atual, fica difícil decidir o que é pior, o rebaixamento ou a falência. Se decretada a falência, de acordo com as regras do campeonato da segunda divisão, o Bolton FC será penalizado com a perda de, no mínimo, 12 pontos. Como o clube tem 26 pontos (a 5 pontos do primeiro clube praticamente livre da zona da degola), fica difícil imaginar que escapará do rebaixamento seja lá quais forem os resultados, dentro ou fora de campo.