Na última quinta-feira, 26 de janeiro, a FIFA divulgou o tradicional Relatório Global de Transferências de 2022. Segundo os números do relatório, o mercado internacional de transferências do futebol profissional masculino atingiu US$ 6,5 bilhões (R$ 33,2 bilhões), superando os níveis pré-pandemia de Covid-19. O número representa um aumento de 33,5% em comparação com 2021, mas permanece abaixo do recorde histórico de 2019, que foi de US$ 7,35 bilhões. Especialistas ouvidos pelo Lei em Campo repercutiram os principais resultados do documento.
“O relatório demonstra que os níveis esperados de crescimento antes da pandemia foram retomados, chamando a atenção a consolidação do Brasil como exportador de talentos não só no futebol masculino, em que estamos na primeira posição do ranking, como também no feminino, no qual estamos apenas atrás dos Estados Unidos em número de atletas envolvidas em transferências internacionais. Embora trate de transferências internacionais, a leitura desse relatório traz informações valiosas para o nosso mercado interno e deve pautar ações dos clubes para a atual temporada, o que pode sinalizar que os próximos períodos de transferência irão manter ou até mesmo aumentar esses números já grandiosos”, avalia Luiza Soares, advogada especializada em direito desportivo.
O advogado João Paulo di Carlo destaca os principais resultados do relatório:
“Depois da pandemia, o mercado mostra sinais de recuperação. Alguns dados chamam bastante atenção: recorde no número de transferências, muito embora não chegando nos valores pré-pandemia, predomínio do mercado inglês como o que mais gasta, muito na frente do segundo colocado, a França sendo o país que mais recebe dinheiro por transferências internacionais, o Brasil como maior exportador de jogadores e Portugal o que mais importa. Da mesma forma, podemos destacar as características das transferências que, por sua maioria, não envolvem pagamento de taxa, com jogadores que estavam sem contrato, prevalência do perfil de jogadores entre 18 e 26 anos, e o aumento do uso e da importância do instituto da cláusula sell-on em mais de 30 por cento em comparação com o ano anterior”, cita o especialista em direito desportivo.
João Paulo di Carlo cita que os números do relatório reforçam o crescimento do futebol feminino.
“Ressalta-se as cifras que demonstram o crescimento exponencial do futebol feminino: são 119 países com mais de 1.555 transferências internacionais, representando um aumento de 19% em relação ao recorde de 2021”, afirma.
“Isso destaca os enormes avanços que ocorreram desde que cada vez mais jogadoras se tornaram profissionais”, afirmou Emilio Garcia Silvero, diretor da Divisão de Serviços Jurídicos e Compliance da FIFA, no comunicado da entidade.
Ao todo, a FIFA registrou 20.209 transferências no futebol masculino profissional no ano passado, um novo recorde, número esse 11,6% maior do que em 2021.
O ano de 2022 também bateu o recorde de clubes envolvidos em transferências: 4.770 agremiações, de todas as seis confederações ligadas à entidade máxima do futebol, e de 182 das 211 associações. Exatos 17.291 jogadores, de 183 nacionalidades diferentes, estiveram envolvidos em transferências no ano passado.
Os clubes franceses foram os que mais ganharam dinheiro com negociações: US$ 740,3 milhões (R$ 3,7 bilhões atualmente). Já o Brasil foi o país que registrou o maior número de atleta saindo do país: 998.
Por fim, a guerra na Ucrânia alimentou o mercado de transferências ‘amadoras’ no ano passado. Os jogadores ucranianos foram “de longe o grupo mais representado entre os amadores transferidos em 2022, com um total de 5.910 transferências”. Em segundo lugar nessa lista estão os franceses, com 3.661 transferências.
Confira a íntegra do relatório aqui.
Crédito imagem: Real Madrid
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