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Relatório da FIFPro alerta para impacto prejudicial que grande número de jogos causa aos jogadores durante temporada

O sindicato internacional de jogadores de futebol (FIFPro) divulgou, nesta quinta-feira (26), os resultados de uma pesquisa sobre a carga de trabalho de mais mil jogadores profissionais e treinadores de alto desempenho. Dois dias antes da decisão da Champions League entre Real Madrid e Liverpool, em Paris, a entidade alerta para o impacto prejudicial que a grande quantidade de partidas disputadas por temporada causa sobre os atletas.

https://twitter.com/FIFPRO/status/1529796330192875525?s=20&t=2w0Cxw5sQEI16IiEFVY-kQ

O relatório, realizado entre outubro e dezembro de 2021, acompanhou 1.055 jogadores profissionais do sexo masculino com 18 anos ou mais, além de 92 treinadores.

A FIFPro fez perguntas sobre as demandas de jogar muitas partidas e não ter longos períodos de descanso, com 88% dos treinadores acreditando que os jogadores não deveriam jogar mais de 55 partidas por temporada.

As duas principais estrelas do Liverpool, Mohamed Salah e Sadio Mané, completarão no próximo sábado seus jogos de número 70 na temporada, 15 a mais que o indicado pelos técnicos ouvidos no relatório.

Mais de 60% dessas partidas da dupla ocorreram na chamada ‘zona crítica’, quando os jogadores tiveram menos de cinco dias de descanso entre elas e, portanto, são mais suscetíveis a lesões musculares.

De acordo com a análise do sindicato, Mané e Salah viajaram em média 90 mil quilômetros cada um para representar o clube inglês e suas respectivas seleções na temporada 21/22. Enquanto isso, Eder Militão e Vinicius Júnior percorreram 128 mil quilômetros para atuar pelo Real Madrid e a Seleção Brasileira.

Segundo o relatório, 54% dos jogadores ouvidos disseram ter sofrido uma lesão por conta da sobrecarga ocasionado pelo calendário apertado. Já 82% dos treinadores afirmaram ter observado problemas de saúde mental em atletas que disputaram muitas partidas.

Um dos exemplos citados é o de Mikel Oyarzabal, atacante que representou a Seleção Espanhola na Euro 2020 e depois viajou para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Oito dias após a final olímpica, ele já está atuando pelo Real Sociedad no Campeonato Espanhol. Em outubro, ele sofreu uma lesão muscular que o fez perder sete partidas, antes de em março romper o ligamento cruzado do joelho e perder o restante da temporada.

“Somos atletas, não máquinas. Nossos corpos e nossas mentes têm limites naturais”, diz o prefácio do relatório do sindicato, assinado em conjunto por um grupo de jogadores que inclui Arturo Vidal, da Inter de Milão e Leonardo Bonucci, da Juventus e da Itália.

Por fim, o relatório quer que haja um limite de partidas consecutivas que os jogadores podem disputar sem ter pelo menos cinco dias inteiros de descanso. Para 88% dos treinadores ouvidos, os atletas precisam ter ao menos quatro semanas de folga durante o período de pré-temporada.

“A pressão sobre a saúde dos jogadores revela a crise de governança em nosso esporte”, analisouo secretário-geral da FIFPro, Jonas Baer-Hoffman, destacando que “a reforma (no calendário) é urgente”.

Crédito imagem: KARIM JAAFAR / AFP

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