A fim de prestigiar sua equipe de futebol feminino, o Atlético apresentou as atletas no intervalo da partida do time masculino contra a Caldense, pelo Campeonato Mineiro.
Durante a apresentação das atletas, o mascote do Clube, conhecido como “Galo Doido”, convidou a zagueira Vitória Calhau para que desse uma “rodadinha” e, após, esfregou as mãos e passou uma delas na boca.
As cenas rapidamente “correram” as redes sociais e foram objeto de fortes críticas atribuindo ao mascote atitude machista.
Diante da repercussão, o Atlético afastou o funcionário que usa as roupas do mascote e depois divulgou vídeo com pedidos de desculpa do “Galo Doido”.
Imprescindível ressaltar que machismo significa atitude que se opõe à igualdade entre os gêneros, favorecendo os homens.
O “machista” é, portanto, pessoa que acredita que a mulher não pode ou não deve se portar ou ter os mesmos direitos do homem ou que julga a mulher como inferior ao homem.
Atitude machista é reduzir a mulher a uma vagina, como o fez um conhecido ator a referir-se a uma colega de profissão.
Diante disso, afasta-se completamente a ideia de que o “Galo Doido” teria tido atitude machista.
A atitude de convidar mulheres a darem uma “rodadinha” não indica nenhum tipo de opressão, mas, pelo contrário, demonstra exaltação da mulher.
Objetificação sexual, por seu turno, é o ato de tratar uma pessoa como instrumento de prazer sexual como se fosse uma mercadoria, sem dar importância para sua personalidade ou dignidade.
O ato do “Galo Doido” não trouxe nenhum apelo sexual. Indica, no máximo, interesse do “Galo Doido” pela atleta. Interesse no sentido de flerte e paquera. Por isso, o mascote esfregou as mãos e levou uma delas à boca insinuando interesse pela jogadora.
Por assédio entende-se comportamento repetitivo que ameaça, importuna ou perturba uma pessoa. O assédio sexual corresponde a avanços sexuais persistentes não permitidos.
Em nenhum momento o comportamento do “Galo Doido” trouxe ameaça ou importunação e não foi repetitivo ou sexual.
O Atlético tem tentado ajudar o futebol feminino e as atletas do clube.
Inicialmente, viabilizou aumento de renda das atletas amadores ao atuarem como gandulas em jogos da equipe masculina. Mas a “patrulha” atacou e o clube cessou a inclusão delas como gandulas em prejuízo exclusivo delas.
Agora, o Clube decide dar visibilidade ao time feminino ao apresentá-las juntamente com a maior contratação da equipe para temporada, o atacante Diego Tardelli, em uma partida dos profissionais e, em contrapartida, recebeu uma enxurrada de críticas.
O resultado disso tudo será o Clube evitar ações com o time feminino e o afastamento ainda maior dos torcedores que praticamente não possuem apelo pela equipe das meninas.
O ato do “Galo Doido” não foi desrespeitoso. Desrespeito é divulgar a cena e não saber sequer o nome da atleta que fez a “rodadinha”.
Qual homem ao se encontrar com a mãe, com a irmã, com a esposa ou com uma filha não a “rodou” elogiando sua roupa e beleza?
Precisamos encerrar o ciclo vicioso e pernicioso de politizar e problematizar tudo. Precisamos retornar à era do cavalheirismo. Em que dizer que uma mulher é bonita, abrir a porta de um carro ou pagar uma conta seja visto como um ato de gentileza e não como uma atitude opressora.
O Atlético acertou ao dar a oportunidade de as meninas aumentarem sua renda como gandulas, acertou também ao apresentá-las à torcida em meio à irreverência do “Galo Doido”, mas errou ao deixar-se sucumbir à avalanche problematizadora da “patrulha”.
Os fatos devem ser interpretados como eles de fato são e não pela lente que busca problemas em tudo.
Que o “Galo Doido” e o futebol nunca percam sua irreverência.