Por Athos Moura
Ronaldo Nazário, o Fenômeno, já tornou público que gostaria de presidir a CBF. Mas, para além de apenas pretender, ele já trabalha para isso, apesar de negar publicamente. O ex-jogador tem feito encontros nos bastidores para deixar algumas pessoas importantes cientes de seus planos.
Recentemente, esteve em Brasília onde se encontrou com figuras proeminentes do meio político e do Judiciário, incluindo um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Um próximo passo, ainda a ser confirmado, é um encontro com o presidente Lula.
Ronaldo já foi além. Já passou sua mensagem a figurões da Fifa e da Conmebol, entidades onde possui prestígio e passe livre.
Em breve ele começará a procurar os presidentes de federações, que sempre foram os fiéis da balança nas eleições. Isso porque o voto deles vale mais, tem peso 3, enquanto os votos dos 20 clubes da Série A tem peso 2 e dos 20 da Série B tem peso 1. Em resumo, as federações, que são 27, têm 81 pontos, enquanto os clubes 60.
Ednaldo Rodrigues, atual presidente da CBF, tem o apoio das federações, mas terá que suar a camisa para mantê-lo. Hoje, o que garante esse apoio são as bonificações dadas pela CBF.
O atual presidente, no entanto, pode ter uma carta na manga para evitar concorrer contra Ronaldo. Recentemente, ele conseguiu — com o apoio das federações — alterar o estatuto da CBF que agora passou a permitir que o presidente tenha três mandatos.
Essa alteração, no entanto, não era a única pretendida por Ednaldo. Ele ainda planeja incluir uma cláusula de barreira. A ideia é que quem se candidatar tenha que estar, ao menos, um ano afastado da administração de clubes ou federações.
A princípio, ele queria evitar a candidatura do presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, e afastar qualquer possibilidade de que algum presidente de clube se aventurasse. Com essa cláusula de barreira, ele se torna praticamente o único elegível para o cargo.
Caso ele também consiga aprovar essa alteração, a depender dos trâmites eleitorais, Ronaldo pode ficar inelegível. A previsão é que a eleição aconteça no primeiro semestre do ano que vem, mais provável entre abril e maio.
Ronaldo vendeu o Cruzeiro em abril deste ano, o que a depender de quando a eleição será marcada, pode vetar a candidatura dele. Isso, claro, se a alteração passar. E ela ainda não foi pautada para ir a votação.
Além disso, é preciso esperar para saber qual será o texto. Se o candidato precisa estar fora da administração de algum clube brasileiro ou de qualquer um. Ronaldo ainda é sócio majoritário do Valladolid, da Espanha.
Crédito imagem: CBF/Divulgação
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