Os serviços de inteligência militar russo planejavam um ciberataque nas Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio com o objetivo de interromper o principal evento esportivo do mundo, revelou o Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido em conjunto com os Estados Unidos. A informação foi divulgada primeiramente pelo The Guardian.
A operação afetaria os organizadores dos Jogos, serviços de logística e patrocinadores, e estava em andamento antes de o evento ser adiado por conta da pandemia de Covid-19.
O ataque seria uma resposta a exclusão de todos os atletas russos das Olimpíadas em dezembro de 2019, depois que Agência Mundial Antidopagem (WADA) considerou a agência antidopagem da Rússia culpada por manipular dados laboratoriais.
O Reino Unido também confirmou que houve uma tentativa russa, através da unidade GRU 74455, de interromper as Olimpíadas e Paralímpiadas de Inverno de 2018 em Pyeongchang, na Coreia do Sul.
Em Pyeongchang, de acordo com o Reino Unido, a unidade cibernética russa tentou se disfarçar de hackers norte-coreanos e chineses quando teve como alvo a cerimônia de abertura do evento, derrubando o site para que os espectadores não pudessem imprimir ingressos e travando o Wi-Fi do estádio.
Outros alvos dos ataques incluíram emissoras, uma estação de esqui, oficiais olímpicos, prestadores de serviços e patrocinadores dos Jogos, significando que os ataques não foram exclusivamente na Coreia.
A GRU também implantou malware de exclusão de dados contra os sistemas de TI dos Jogos de Inverno e dispositivos direcionados no país sede usando um filtro VPN.
O Reino Unido presume que o trabalho de reconhecimento para as Olimpíadas de Tóquio, incluindo spearphishing para coletar dados importantes de contas e criação de sites falsos foi projetado para tornar o evento um pesadelo logístico para as empresas, organizadores, público e atletas.
“As ações do GRU contra os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são cínicas e temerárias. Nós os condenamos nos termos mais fortes possíveis. O Reino Unido continuará a trabalhar com nossos aliados para alertar e combater futuros ciberataques maldosos”, disse o secretário de Relações Exteriores Dominic.
Os britânicos acreditam que com a revelação do plano orquestrado pela Rússia, não haverá mais persistência em manter os ataques cibernéticos planejado para o evento que acontecerá em 2021.
De acordo com a imprensa do Reino Unido, a Rússia teria assinado uma trégua olímpica, incluindo o compromisso de não atrapalhar ou prejudicar a segurança dos Jogos, durante a assembleia geral da ONU.
Crédito imagem: COI/Divulgação
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