Pentacampeã mundial. Única a participar de todas as Copas. Maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos. Maior campeã da Copa das Confederações. A Seleção do Pelé. A pátria de chuteiras.
A Seleção Brasileira de Futebol é a maior e mais temida reunião de jogadores do mundo. Entretanto, nos últimos anos, a Seleção tem passado por um processo de encolhimento e perda de brilho avassalador.
Se antes o país parava para acompanhar os jogos da Seleção, hoje, muitas vezes nem se sabe que ela estará em campo.
Esse processo começou com amistosos caça níquel fora do Brasil. Na sequência, vê-se a montagem de uma Seleção sem qualquer identidade com seu torcedor. Jogadores de nacionalidade brasileira que praticamente não jogaram no Brasil e não são destaque no futebol europeu.
Éder Militão, Danilo, Fred, Alex Sandro e até mesmo Richarlison são ilustres desconhecidos para a maioria dos torcedores brasileiros.
Por óbvio não se defende a não convocação de “estrangeiros”, mas que sejam convocados jogadores que de fato façam a diferença. Éder Militão é realmente tão melhor que Rodrigo Caio? Danilo é realmente tão melhor que Marcos Rocha? Alex Sandro é realmente tão melhor que Arana? Richarlison é realmente tão melhor que Bruno Henrique?
O brasileiro precisa se ver na Seleção para atribuir a ela legitimidade.
Para piorar o cenário, notícias dão conta de que os atuais selecionados iniciaram movimento para não jogar a Copa América.
Não há que se apagar o Sol com a peneira, o movimento é político, oportunista e circunstancial. A Copa América é uma competição de segunda linha e que não acrescenta nada para os milionários jogadores. Abrir mão de jogar Champions, Jogos Olímpicos, Libertadores, Copa do Mundo, ninguém quer.
A Copa América reunirá dez seleções com testes de covid e que permanecerão em uma bolha. Risco para atletas e terceiros, próximo de zero.
Na Libertadores, por exemplo, cada um dos times brasileiros receberam 3 estrangeiros e viajaram três vezes com maior circulação, sem bolha e, por consequência, maior risco a todos.
A verdade é que estão utilizando a COVID como pretexto para não perderem as férias e o Grupo Globo, para minar a competição que será transmitida pela concorrente SBT e competirá com a Euro e jogos da seleção feminina, transmitidas pelo Grupo Globo.
Quem é contra a Copa América tem que ser coerente e ser contra os Jogos Olímpicos que envolverá milhares de atletas de duzentos países. Coerência necessária para não se gerar dúvidas de que os gritos histéricos contra a Copa América não sejam fruto de oportunismo, interesse comercial e política.
A Seleção Brasileira completará 20 anos sem uma Copa do Mundo, ou seja, está a uma Copa de igualar seu maior jejum (1970-1994). No entanto, naquela época tivemos boas Seleções em 74, 78, 82 e 86, além de uma geração com Romário e Bebeto.
Atualmente, o Brasil vem de uma campanha não inspiradora em 2010, de um 7 a 1 em 2014 e de uma Copa apagada (a pior desde 1990) na Rússia. Não há craques. O maior nome da Seleção é um “garoto” de quase 30 anos que não amadureceu, vive dando canelada na fora das quatro linhas e nunca foi protagonista em uma grande conquista. Uma eterna promessa. Ninguém, em sã consciência acredita que essa Seleção possa brihar no Catar.
É necessário e urgente que medidas sejam tomadas para a pátria de chuteiras voltar a vibrar no coração do Brasileiro. A CBF precisa cuidar mais da Seleção e da sua imagem, bem como aproxima-la do torcedor. Quem não estiver disposto a roer o osso da Copa América, que não coma o filé da Copa do Mundo. A Seleção precisa de raça, de gana e de brilho nos olhos. Se não for assim, o escrete canarinho não passará de uma reminiscência histórica.
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