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San Diego Loyal abandona jogo nos EUA após comentário homofóbico de jogador adversário

O time do San Diego Loyal abandonou o campo em forma de protesto na partida contra o Phoenix Rising na última quarta-feira (30), após um jogador adversário proferir comentários homofóbicos ao meio-campista Collin Martin. A partida estava ainda no primeiro tempo e era válida pela USL Championship, uma das ligas profissionais dos Estados Unidos.

Collin Martin é um jogador assumidamente gay.

O ato aconteceu pouco antes do intervalo, quando o San Diego vencia por 3 a 1. O time comandado pelo ex-jogador London Donavan retornou ao segundo tempo, porém apenas para expressar seu repúdio ao ato. Jogadores, comissão técnica e funcionários se ajoelharam e logo depois se retiraram do campo. O jogo não foi reconhecido nos resultados da liga e a partida foi considerada como W.O. A USL afirmou que está investigando o caso.

Para a advogada especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo, Ana Terra, atitudes como essa forçam uma mudança para ambientes mais éticos.

“Fair Play, nunca é demais lembrar, significa muito mais do que o mero respeito às regras: é o espírito de amizade, de respeito pelo outro e por si mesmo. É um espírito esportivo e representa um modo de pensar e agir. O San Diego Loyal pode até perder a partida, pela confirmação do W.O, mas a prática esportiva sai vencedora”, afirmou Ana.

“Estamos cientes do suposto uso de ofensa homofóbica na partida desta noite entre San Diego Loyal SC e Phoenix Rising FC. Linguagem abusiva de qualquer tipo não tem absolutamente nenhum lugar em nossa sociedade e não será tolerada em partidas da USL. Uma investigação está em andamento para determinar os fatos que cercam o incidente e mais informações serão fornecidas assim que disponíveis”, disse o comunicado da liga.

O San Diego Loyal publicou uma nota reforçando a importância da mensagem.

“Jogadores dos dois times e os técnicos ouviram os comentários, mas os árbitros não fizeram nada. Em vez disso, Martin foi expulso (o cartão foi retirado depois). Uma vitória sobre o Phoenix Rising colocaria o time de Landon Donovan em ótimas condições de ir para os playoffs. Mas o clube termina a temporada com uma forte mensagem, de que não vai aceitar esse tipo de comportamento”, declarou o clube.

“No mundo, muitos são os exemplos de atletas que entenderam que sua força vai muito além de uma pista ou quadra ou campo, e que eles podem ser agentes importantes na construção de uma sociedade melhor, menos excludente e mais humana”, ressaltou Andrei Kampff, advogado especialista em direito esportivo e colunista do Lei em Campo.

O Rising emitiu um comunicado ainda na quarta-feira à noite e afirmou que está “investigando a alegação de injúria homofóbica”, reforçando que o jogador acusado “nega veementemente essas acusações”.

“O Phoenix Rising apoia a USL na rejeição e punição de qualquer comportamento homofóbico”, disse o clube em nota.

Acusado de cometer o insulto, o jogador Junior Flemmings chamou a acusação de falsa.

“Em nenhum momento eu usei um xingamento homofóbico contra Collin Martin. Não conheço o Collin pessoalmente, mas respeito todos os meus oponentes de maneira igual. Sou solidário com o movimento LGBTQ+”, disse o jogador.

Na partida anterior do Loyal, o jogador do LA Galaxy II, Omar Ontiveros, foi suspenso da competição e cortado do elenco por ter feito um comentário racista ao jogador Elijah Martin, do Loyal. No caso, o time também se retirou de campo antes do apito final.

Crédito imagem: Reprodução

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