A vida do árbitro de futebol vai muito além dos 90 minutos em campo, ou 97` em média com os acréscimos. A preparação para um jogo é constante, começa bem antes de sair a escala para uma partida.
Hoje um dos grandes desafios de um árbitro de futebol é o teste físico que habilita para as atuações em federações, confederações e na FIFA. O futebol tem ficado cada vez mais rápido e com isso a preparação física do árbitro tem sido cada vez mais cobrada, podendo considerar igual a de um atleta.
O modelo e os tempos do teste são padrão FIFA, podendo ser diferenciado em função da categoria e do gênero, há o teste físico habilitador e o mantenedor, podendo ocorrer vários testes durante o ano, dependendo do imposto pela instituição, ou seja, um árbitro do quadro da FIFA poderá realizar durante o ano um teste físico pela entidade máxima do futebol, mais dois pela CBF e podendo ainda realizar um ou mais pela federação que representa, isso pode variar para mais ou menos.
Há três pontos que devem ser observados: mulheres para atuarem em jogos masculinos profissionais e, dependendo da instituição, na base também devem realizar o teste atingindo índices masculinos, se fizerem somente o feminino estarão habilitadas para jogos considerados amadores (femininos e categorias de base), isso ocorre na maioria das federações brasileiras, na CBF e na FIFA; reprovação em teste físico deixa o árbitro(a) fora das escalas, tendo normalmente uma nova oportunidade em um mês, caso reprove novamente pode chegar a ficar seis meses ou mais sem atuar nos jogos; há questionamentos sobre o modelo do teste, pois alguns estudos trazem que a realidade do teste é diferente do jogo, não sendo coerente e trazendo variáveis distintas entre a exigência física na partida e no teste físico e isso tem feito que os árbitros treinem para não reprovar no teste, mas no jogo possam sentir a parte física.
Os principais testes físicos aplicados aos árbitros todo ano são:
Teste Físico Protocolar Habilitador – Árbitros e Árbitros Assistentes
Teste Físico Árbitros
O teste oficial protocolar para árbitros de futebol é dividido em duas partes. A primeira prova é o (RSA, por sua sigla em Inglês), que mede a capacidade do árbitro para repetir sprints de 40 m. A segunda é o teste intervalado, que avalia a capacidade do árbitro para fazer uma série de sprints de 75 m, incluindo intervalos de caminhadas intercaladas de 25 m.
PROVA 1 – RSA (40 metros)
O tempo máximo de recuperação deve ser de 60 segundos entre cada um dos 6 Sprints de 40 m. Os árbitros devem caminhar de volta para a saída durante o tempo de recuperação.
Se um árbitro não atingir o índice indicado a sua respectiva categoria em uma das seis corridas, irá realizar uma sétima corrida logo após terminar em sexto. Se ele falhar em duas das sete corridas, o árbitro não é considerado apto e não realiza as provas na sequência.
Figura 1:
PROVA 2 – INTERVALADA (75X25 metros)
Os árbitros devem completar 40 tiros consistentes de 75 m e 25 m de corrida, o equivalente a 4000 m ou 10 voltas em uma pista de corrida de 400 m. A intensidade é determinada de acordo com a categoria do árbitro.
Ao final de cada estímulo, os árbitros devem entrar na “área de chegada” antes que termine o silvo do apito. A “área de chegada” é delimitada a 1,5 m antes do ponto que identifica o fim dos 75 m.
Se um árbitro não entrar na “zona de chegada” no tempo determinado, irá receber aviso claro do fiscal de prova. Se um árbitro não entrar na “área de chegada” em tempo uma segunda vez, não poderá continuar a prova e estará reprovado no teste.
Figura 2:
Teste Físico Árbitros Assistentes
Os testes oficiais de aptidão para árbitros assistentes de futebol são divididos em três partes. A primeira prova trata-se de um teste de agilidade (CODA, por sua sigla em Inglês), que avalia a capacidade do árbitro assistente em mudar de direção. O segundo teste é a velocidade (RSA, por sua sigla em Inglês), que mede a capacidade do árbitro assistente para repetir sprints de 30 m. O terceiro é o teste intervalado, que avalia a capacidade do árbitro para fazer uma série de sprints de 75 m, incluindo intervalos de caminhadas intercaladas de 25m.
PROVA 1 – CODA (10x8x8x10 metros)
Os árbitros assistentes devem executar o percurso da seguinte forma em máxima intensidade: 10 m em corrida frontal (A a C), 8 m de corrida lateral à esquerda (C a B), 8 m de corrida lado para a direita (B para C ) e novamente 10 m em corrida frontal (C, a uma). Se um árbitro assistente falhar na prova, ele pode fazer uma nova tentativa. Se falharem dois testes, estará reprovado e não realiza as provas na sequência.
Figura 3:
PROVA 2 – RSA (30 metros)
O tempo máximo de recuperação deve ser de 30 segundos entre cada um dos 5 Sprints de 30 m. Os árbitros devem trotar de volta para a saída durante o tempo de recuperação para que este obedeça ao tempo máximo limite.
Se um árbitro não atingir o índice indicado a sua respectiva categoria em uma das cinco corridas, irá realizar uma sexta corrida logo após terminar em quinto. Se ele falhar em duas das sete corridas, o árbitro não é considerado apto e não realiza as provas na sequência.
Figura 4:
PROVA 3 – INTERVALADA (75X25 metros)
Igual a dos árbitros, o que muda são os tempos para a realização do teste.
Teste Físico Protocolar Mantenedor ou Opcional ou Adicional
Além do teste oficial, o “YO YO” pode ser usado como um método para avaliar a aptidão aeróbia dos árbitros.
Figura 5:
E o teste Ariet para avaliação dos árbitros assistentes, que consiste resumidamente em deslocamentos frontais e laterais com o aumento de velocidade no decorrer da prova.
Figura 6:
Tempos dos Testes Físicos
Os tempos dos testes são estabelecidos pela FIFA, que diferencia masculino e feminino, categorias dos árbitros (quadro FIFA, nacional e regional). Ratificando que as mulheres devem realizar os tempos masculinos para estarem aptas a atuarem em competições profissionais, porém, não há garantias que irão realmente atuar.
Figura 7:
O que achou do teste? Arriscaria um simulado? Que tal para começar tentar só os 40 tiros de 75m dentro do dentro masculino? Lembrando que o árbitro reprovado pode perder toda uma temporada e é importante dizer que se houver lesão quando o teste ocorrer ainda não estiver apto a realizar, só retornará às escalas depois de fazer o próximo teste que pode demorar 6 meses ou mais.
A escala de um árbitro não se limita somente ao teste físico, vai muito além disso e dos 90 minutos em campo.
