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Será o Cruzeiro a nova Magalu?

No dia 03 de agosto o Conselho Deliberativo do Cruzeiro decidirá pela criação de uma Sociedade Anônima do Futebol que, segundo o edital publicado, o clube ficará com 51% das ações e o restante será levado ao mercado para captação de recursos que serão utilizados para saneamento das dívidas.

Maiores detalhes ainda não foram divulgados e devem ser decididos na reunião do Conselho, mas, pelas manifestações da Diretoria, há uma tendência de que o Cruzeiro SAF tenha capital fechado, ou seja, não negociará suas ações na Bolsa de Valores.

Em outras palavras, as ações não seriam vendidas de forma pública na bolsa de valores e eventuais investidores seriam escolhidos e aprovados pelo Clube.

A empresa de capital fechado não precisa se registrar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), não poderá fazer oferta pública de ações e não precisa apresentar os balanços contábeis da empresa. A Rede Globo e as Casas Pernambucanas, por exemplo, são sociedades anônimas de capital fechado.

Outra opção seria adotar o modelo “capital aberto” que deve obrigatoriamente ser registrada na CVM e está autorizada a captar recursos de investidores em mercados valores mobiliários, por meio de ações, debêntures, entre outros títulos de crédito.

É bastante comum que sociedades anônimas com dificuldade de captar recursos e investimentos optem por abrir seu capital em ofertas públicas.

No caso específico do Cruzeiro, a oferta pública de ações, diante de toda paixão despertada pelo futebol, tenderia a gerar engajamento entre os torcedores que poderiam adquirir lotes de ações, tal como o fazem de empresas como Vale, Petrobras e Banco Inter.

A Maganzines Luiza, popularmente conhecida como Magalu, foi fundada em 1957. Porém, apenas em 2011 a rede realizou o IPO e chegou ao mercado de capitais. Em abril abriu o seu capital e passou a comercializar suas ações na Bovespa no preço sob a sigla MGLU3.

As ações da empresa tiveram valorização de 47.000% e tornou-se um grande “case” de sucesso de empresas que abriram o capital. Quem investiu R$ 1.000,00 em 2011, tem atualmente algo em torno de R$ 40.000,00. Desde então, investidores buscam uma “nova Magalu” para alocar seus recursos.

O Cruzeiro é um dos clubes mais tradicionais e vitoriosos do Brasil, tem uma torcida imensa e uma marca valiosíssima.

Independente da situação desportiva atual, o Cruzeiro possui um potencial imenso de crescimento e recuperação. Esse cenário pode transformar o clube mineiro na nova Magalu e trazer retornos financeiros astronômicos em dez anos.

Mire-se no exemplo do Rangers da Escócia que faliu, se reestruturou e recomeçou suas atividades em 2012 na quarta divisão. Em 4 anos, o clube retornou à primeira divisão. Enfim, em 2020, o Rangers conquistou o campeonato escocês. Adquirido por 5,5 milhões de Libras, o clube teve uma valorização incrível em 10 anos.

Cabe agora à Diretoria e ao Conselho do Cruzeiro abrir mão dos pensamentos individuais e analisar qual o melhor modelo para o Clube. Tão importante quanto é buscar engajamento do maior patrimônio do Clube: sua torcida.

Alijar os torcedores desse momento de reconstrução e não permitir a eles investir mais do carinho e coração e ter a oportunidade de ganhar mais do que alegria com o seu renascimento pode não ser a melhor opção.

Crédito imagem: Cruzeiro

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