Nesta quinta-feira (13), o Sindicato Nacional de Médicos do Japão apresentou uma petição ao governo para que os Jogos Olímpicos de Tóquio, previsto para começar no dia 23 de julho, seja cancelado.
De acordo com o documento do sindicado, o megaevento, que contará com a participação de 11 mil atletas, é um risco para a possível chegada e a propagação de novas variantes da Covid-19.
O documento apresentado ao Ministério da Saúde do Japão deixa claro que, mesmo se os Jogos forem realizados sem público, a chegada de todos os envolvidos, desde atletas e árbitros até jornalistas, pode ser propícia para que novas cepas apareçam no país.
“Para os atletas será duro, mas alguém tem que pedir o cancelamento dos Jogos. Por isso, pedimos isso. O governo tem uma importante missão, que é proteger a vida dos cidadãos e deve mostrar uma postura clara com relação a isso”, disse o médico Naoto Ueyama, representante do sindicato.
Para os especialistas japoneses, o país enfrenta a quarta onda da pandemia. O número de novos casos está acima de 5 mil por dia, número cinco vezes maior do que se via há dois meses. O governo colocou algumas regiões em estado de emergência até o próximo dia 31, enquanto a campanha de vacinação está em ritmo muito lento.
“40% dos médicos em atividade já ultrapassaram o limite de horas extras e 10% está trabalhando o dobro do limite legal de horas. Esta carência de médicos é um fator que afeta muito nosso sistema. O governo precisa reduzir o número de médicos”, afirmou um sindicalista.
Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio estão sofrendo grande pressão da população japonesa. Pesquisas recentes reforçaram o desejo de grande parte das pessoas de que o evento deveria ser cancelado ou novamente adiado. Mesmo assim, o Comitê Olímpico Internacional (COI) se diz otimista em reverter a opinião pública com o sucesso do evento.
A Olímpiada de Tóquio está prevista para acontecer entre os dias 23 de julho e 8 de agosto, enquanto a Paraolimpíada, de 24 de agosto a 5 de setembro.
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