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STJD conclui inquérito sobre injúria racial sofrida por Fellipe Bastos, e auditor-relator aponta para denúncia contra Atlético-GO

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) concluiu, no começo desta semana, o inquérito que investiga a denúncia de injúria racial sofrida pelo volante Fellipe Bastos, do Goiás, durante o clássico contra o Atlético-GO, no dia 8 de maio, pela 5ª rodada do Brasileirão. Após colher depoimento dos envolvidos e reunir provas, o auditor-relator do caso, Paulo Feuz, decidiu que é caso de denúncia do Dragão no artigo 243-G do CBJD por considerar que ficou comprovada a ofensa. Com a decisão tomada, o caso foi encaminhado para a Procuradoria do tribunal.

O artigo em questão fala sobre “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena prevista é de multa de R$ 100 a R$ 100 mil, além da perda de pontos caso a infração tenha sido praticada simultaneamente por considerável número de pessoas.

A partida foi realizada no Estádio Antônio Accioly e era de torcida única, ou seja, sem a presença dos torcedores esmeraldinos. O torcedor do Atlético-GO, que seria o autor da ofensa contrao jogador do Goiás, não foi reconhecido/identificado pela autoridade policial.

O ato de injúria racial foi revelado por Fellipe Bastos assim que a partida acabou. O jogador fez uma descrição do autor das ofensas e cobrou uma ação dos policiais e seguranças que estavam próximos do local. O volante disse estar “assustado” com o caso e ressaltou que é preciso “dar um basta nisso”.

“Aconteceu um ato racista. Eu estava saindo para o vestiário e um rapaz com óculos na cabeça me chamou de macaco. Eu voltei e falei para ele repetir. E ele falou: macaco. Me chamou duas vezes de macaco. No mundo em que a gente vive o ato racista nos deixa entristecido porque as pessoas que estavam ali do lado viram, as pessoas que estavam atrás de mim viram. O policial e os seguranças poderiam ter identificado o torcedor”, relatou.

“É recorrente. Já aconteceu em outros estádios, com outros jogadores, outras pessoas. Temos que dar um basta nisso, só quem sofre é que sente. Eu não queria que isso abafasse nossa primeira vitória no Campeonato Brasileiro, mas é importante falar. Estou assustado, pois é a primeira vez que acontece comigo. Eu pedi para ele repetir e ele repetiu”, acrescentou.

Diante da gravidade do episódio, a Procuradoria do STJD decidiu abrir um inquérito para apurar o caso.

Crédito imagem: Goiás

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