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STJD: Danilo e Abel Ferreira são punidos por expulsões contra o Santos

A 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou, nesta sexta-feira (21), as infrações ocorridas em Palmeiras x Santos, pela 27ª rodada do Brasileirão. O técnico Abel Ferreira e o volante Danilo, ambos do Alviverde, receberam um e dois jogos de suspensão, respectivamente, pelas expulsões no clássico. O Peixe foi multado em R$ 1 mil por atraso na entrada para o segundo tempo. A decisão, em primeira instância, cabe recurso.

Pelo vermelho recebido por falta em Soteldo, aos 14 minutos do segundo tempo, Danilo foi denunciado no artigo 254 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em “praticar jogada violenta”. O artigo prevê suspensão de uma a seis partidas.

Já Abel Ferreira foi enquadrado no artigo 258 e 258-B, §2º, do CBJD, que fala em “assumir qualquer conduta contrária à disciplina; desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões”, com pena de uma a três partidas.

Resultado final:

  • Abel Ferreira: uma partida de suspensão (pena cumprida automaticamente);
  • Danilo: duas partidas de suspensão (falta cumprir uma);
  • Santos: multa de R$ 1 mil.

A decisão cabe recurso e pode ir ao Pleno.

Como foi o julgamento:

Após o relatório do processo, a defesa do advogado Osvaldo Sestário apresentou duas provas de vídeo e ouviu o depoimento do auxiliar técnico do Palmeiras, João Martins.

O Subprocurador-geral João Marcos Guimarães sustentou, em seguida, a denúncia.

“Ao atleta a prova de vídeo é cristalina e incontestável. O treinador do Palmeiras, certamente se fosse um executivo ele atingiria todas a metas e objetivos traçados a ele pela competência e entrega. Isso é importante para mostrar o nível do denunciado. Lamentando aqui a postura do treinador, que ofendeu o bandeirinha. Reconheço que falta ao treinador a mesma educação que ele prega que falta ao jogador brasileiro. Reitero a denúncia aos integrantes do Palmeiras e ao Santos mantenho a denúncia apenas pelo atraso descrito no artigo 206”, concluiu.

Pelo Palmeiras, Osvaldo Sestário iniciou a defesa pelo atleta Danilo.

“Aos dois denunciados vou falar primeiro pelo Danilo. Danilo é um atleta primaríssimo e ele teve pós convocação uma pequena queda em seu rendimento. No lance ali fica claro que ele está com a bola dominada, perde a bola para o Soteldo, meio que se desequilibra e acaba cometendo uma falta violenta, de certa forma. Pelo histórico do atleta, pelo lance em si, peço que levem em consideração que é um jovem ainda em formação. Atleta que subiu da base e que veio do interior da Bahia. Peço que analisem o lance friamente, não carreguem na tinta e a aplicação da pena mínima”, disse o advogado, que seguiu em defesa do técnico Abel.

“Abel vou fazer algumas considerações. Ele foi denunciado também por invadir e as imagens deixaram claro que ele não deixou a área técnica. Abel vinha a 12 jogos pendurado. Lembrar que o Abel é tecnicamente primário e sofreu uma campanha dos demais treinadores até maldosa e com certo tom de xenofobia. O comportamento do Abel é sanguíneo total. Ele toma um cartão amarelo e ele estava calmo. Isso revolta ele. Feitas essas considerações, peço que contextualizem tudo isso. Hoje ele é primário e uma pena além da mínima seria exagerada. Ele está esbravejando e não querendo ofender”, finalizou.

O advogado Marcelo Mendes defendeu o atraso da equipe do Santos.

“Vou pedir uma punição adequada conforme a tabela. Achei um vídeo entre a entrada do último jogador do Santos e o início da partida que mostra que foram apenas 30 segundos. Peço a pena condizente”, encerrou.

Em seguida, o relator Eduardo Mello anunciou seu voto.

“Um minuto de atraso do Santos para o segundo tempo. Santos é reincidente e aplico multa de R$ 1 mil. Ao atleta Danilo, entrou de forma perigosa. Entendo que não houve dolo, mas assumiu o risco. Lance feio, grave e perigoso. Embora seja primário, não consigo aplicar a pena mínima. Aplico duas partidas de suspensão no artigo 254 do CBJD.

Ao Abel Ferreira, ele tomou oito amarelos e um vermelho no Brasileirão. Sei que quando falou em falta de educação aos jogadores brasileiros talvez não seja esse tipo, mas ele tem que dar o exemplo como treinador. Um treinador não pode tomar tanto cartão amarelo. Após o amarelo ele deu um batalhão de ofensas contra o assistente. Ele se exalta de uma forma que se torna agressivo. Tecnicamente primário, mas a última punição a ele em agosto de 2021 foram duas partidas. Embora já passado mais de um ano, ele tem antecedentes. Pode ser sanguíneo e gritar, mas não pode ofender. Vejo presente o artigo 258 e voto para aplicar duas partidas de suspensão ao Abel”, justificou o relator do processo.

Vice-presidente da Quinta Comissão, o auditor Vanderson Maçullo divergiu parcialmente do relator.

“Acompanho na multa de R$1 mil ao Santos. Vou divergir para aplicar uma partida ao atleta Danilo. Me salta aos olhos a matéria que mostra o Abel como o treinador que mais recebeu cartão. Vou levar em consideração que já tem mais de um ano a última passagem dele. Absolvo da invasão de campo no artigo 258-B e aplico uma partida no artigo 258, inciso II, pelo desrespeito”, concluiu.

Já o auditor João Gabriel Maffei divergiu do relator apenas quanto ao técnico Abel Ferreira. Destacando a falta de disciplina do treinador, o auditor votou para aplicar três partidas de suspensão ao técnico do Palmeiras.

Último a votar, o presidente Otacílio Araújo definiu a votação.

“Não considero a informação de ser o mais indisciplinado para aplicar a pena acima de uma partida. Acompanho na aplicação de uma partida ao técnico Abel Ferreira e voto com o relator quanto a multa do Santos e a pena de duas partidas ao atleta Danilo”, finalizou.

Crédito imagem: Carla Carniel/Reuters

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