O anúncio da suspensão provisória da jogadora de Tandara Caixeta por “potencial violação de regra antidopagem” feito nesta quinta-feira (5), horas antes da seleção brasileira enfrentar a Coréia do Sul nas semifinais do vôlei de quadra feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio, causou apreensão para muitos torcedores brasileiros, que se questionaram sobre uma possível punição ao país na modalidade.
No entanto, não há motivos para se preocupar com isso. Logo após a divulgação do caso, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em contato com o ‘GE’, tranquilizou sobre a situação e descartou eventuais sanções, explicando que “equipes coletivas só são punidas se mais atletas eventualmente vieram a testar positivo para quaisquer substâncias proibidas ao mesmo tempo”.
“Ainda não se sabe qual o tipo de violação a atleta teria supostamente cometido, não se sabe se foi encontrada alguma substância proibida no exame da atleta. Então tudo ainda é muito preliminar. É importante frisar, contudo, que a seleção não sofrerá qualquer punição. O time só é punido caso três ou mais atletas testarem positivo. Claro, a atleta terá todas as oportunidades para se defender e, certamente será muito bem assessorada, mas a perda de uma semifinal e uma potencial final olímpica não pode ser ‘compensada’. As perdas desportivas dificilmente conseguem ser superadas. Então, ainda que seja provado que a atleta é inocente, ela já foi punida”, explica Fernanda Soares, advogada especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.
Tandara testou positivo para uma substância proibida em exame antidoping realizado no dia 7 de julho, em Saquarema, no Rio de Janeiro, pouco antes de embarcar para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Em contanto com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) confirmou que substância identificada é a ‘Ostarina’, que pertence a uma classe de anabolizantes e é proibida em competição e fora de competição.
Após ser notificada sobre o resultado, a jogadora da seleção embarcou imediatamente de volta para o Brasil, conforme determina o protocolo para casos dessa natureza.
A atleta, por meio de sua assessoria, se limitou a dizer que “trabalha em sua defesa” e que só se manifestará “após a conclusão do caso”.
Também em nota, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) lamentou o episódio.
“A CBV lamenta que a atleta, campeã olímpica e uma das principais referências da equipe brasileira, atravesse este momento, e aguarda os resultados dos trâmites processuais, cujo conteúdo é de caráter particular da atleta e confidencial”, declarou a entidade.
Na manhã desta sexta-feira (6), o Brasil deixou de lado os últimos acontecimentos fora de quadra e bateu com tranquilidade a Coréia do Sul na semifinal, aplicando um sonoro 3 sets a 0, garantindo vaga para a disputa da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.
A decisão será no próximo domingo (8), às 1h30 da manhã (de Brasília), contra a tradicional seleção dos Estados Unidos, que derrotou a Sérvia na outra semifinal por 3 a 0.
Crédito imagem: AFP
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