O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, não aceitou a suspensão que lhe foi imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por “discriminação política” e promete recorrer da decisão nos tribunais.
“Vamos para o tribunal. Que Thomas Bach (presidente do COI) e sua ‘gangue’ digam do que sou culpado”, comentou Lukashenko em uma rede de televisão do país.
Na última segunda-feira (7), membros do Comitê Olímpico da Bielorrússia e o presidente do país foram suspensos por violar as regras da Carta Olímpica. O COI alega que os dirigentes perseguem os atletas que se posicionaram contra o governo de Lukashenko. Com a decisão, os bielorrussos poderão participar das próximas competições, mas sem a bandeira de sua nação.
Para a entidade, a direção atual do Comitê Nacional da Bielorrússia “não protegeu de forma apropriada os atletas contra essa discriminação política”. Desde outubro, diversos atletas do país denunciam perseguições políticas.
O COI suspendeu também as transferências de fundos, com exceção dos pagamentos ligados à preparação dos atletas para os Jogos de Tóquio e Pequim, com as bolsas a serem pagas diretamente aos competidores.
“Todos os pagamentos financeiros ao Comitê Olímpico de Belarus estão suspensos, com exceção aos pagamentos relacionados à preparação de atletas e sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio e nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022″, disse o presidente do COI, Thomas Bach.
Em setembro, a jogadora de basquete, Yelena Leuchanka, foi condenada a 15 dias de prisão por ter participado de manifestações contra Lukashenko e, em agosto, mais de 300 atletas de elite, incluindo medalhistas olímpicos, assinaram uma carta aberta para denunciar fraude eleitoral no país.
Ao comentar a decisão do COI, Lukashenko criticou o fato de a entidade olímpica estender a suspensão a seu filho (vice-presidente), considerando-a como injusta.
Apesar de negar que não participa de eventos olímpicos há mais de 25 anos, o presidente da Bielorrússia esteve presente nas cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos de Nagano (1998), Pequim (2008) e Sochi (2014).
Crédito imagem: AFP
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