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Torcedor de extrema-direita do Chelsea é condenado à prisão por agredir colunista do The Guardian

Um torcedor do Chelsea foi condenado a dois anos e oito meses de prisão nesta sexta-feira (24) por agredir fisicamente o colunista do The Guardian Owen Jones com um chute na região lombar, motivado pela ideologia política de esquerda e LGBT do escritor.

James Healy, 40, de Portsmouth, foi condenado no tribunal de Snaresbrook por “um ataque frenético e totalmente não provocado” em agosto do ano passado em uma rua que o colunista comemorava seu aniversário.

A juíza Anne Studd, disse que havia “fatores agravantes muito significativos” ao proferir a sentença a Healy.

Healy foi descrito pela corte como “um homem com opiniões de extrema direita que atacou uma vítima que não fez mais do que ter opiniões com as quais o réu não concordava”. Outros dois homens, Liam Tracey e Charlie Ambrose, também foram condenados por participar da agressão.

Tracey e Ambrose receberam uma sentença de oito meses, e ambos se declararam culpados em dezembro do ano passado, porém a conclusão só aconteceu agora devido a inúmeros atrasados causados pela crise do coronavírus.

O tribunal ouviu como Jones foi atacado por trás por Healy às 2 horas da madrugada do lado de fora do pub Lexington, em King´s Cross, norte de Londres, depois de reconhecer o jornalista no pub.

O colunista foi jogado no chão e sofreu inúmeros golpes, “sendo contido pelos amigos que estavam com ele”, disse a juíza enquanto lia sua sentença. Após o ato, uma briga generalizada foi iniciada no local, envolvendo Healy e outros dois réus.

Owen Jones afirmou que o mais difícil é superar o impacto psicológico causado pela atitude, e que as feridas físicas já foram curadas. O jornalista afirmou que sempre recebeu insultos em suas redes sociais, mas que foi a primeira vez que isso migrou para a violência física.

Os três homens que participaram da agressão não foram presos após o ato, eles foram reconhecidos pelo sistema de imagens da CCTV por policiais familiarizados com os torcedores conhecidos pelo Chelsea.

Healy tem pelo menos nove condenações relacionadas ao hooliganismo no futebol desde 1998. Uma busca em sua propriedade revelou um memorial hooligan de extrema direita. O promotor do caso, Philip McGhee, disse que o torcedor possuía “um cartão de felicitações, que exibia símbolos terroristas de extrema-direita nazistas, incluindo os associados do grupo Combat 18, esse que prega a violência contra a comunidade LGBT”. Também foi descoberto uma bandeira nazista da SS e outros símbolos do nazismo.

Após a divulgação da sentença, Jones disse que “a prisão não é uma solução para o extremismo da extrema direita: é um problema político que não pode ser evitado por sentenças de custódia. Mas se algo de bom advém desse caso, é focar a atenção em uma ameaça de extrema direita que representa uma ameaça violenta para as minorias e a esquerda, inclusive para aqueles que sofreram muito mais que eu”.

Crédito imagem: Aaron Chown/PA

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