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Torcidas organizadas do Vasco assinam Código de Conduta e Ética contra homofobia e transfobia

Torcidas organizadas do Vasco assinaram, nesta sexta-feira (24), um Código de Conduta e Ética preparado pelos departamentos Jurídico e de Integridade do Cruz-Maltino. No documento, divulgado nas redes sociais do clube, os grupos se comprometem a adotar práticas de transparência e também de fomentar a luta contra a violência, assédio e discriminação nos estádios.

Uma faixa com a frase “Respeito, Igualdade e Diversidade”, símbolo da campanha das torcidas, será estendida na partida desta sexta-feira, contra o Operário. A arquibancada também estará com bandeiras com o emblema do Vasco juntamente do arco-íris.

“O Vasco sempre foi pioneiro na luta contra a desigualdade e o preconceito. Abrimos o futebol para pretos, pobres e operários no início do século passado e hoje nos engajamos nas causas do século XXI, como o combate à homofobia e transfobia. Mais uma vez o estádio de São Januário será palco de um momento histórico de transformação do futebol, honrando os ideais que motivaram a sua construção”, declarou o presidente Jorge Salgado ao site do clube.

Vitor Roma, que assumiu a vice-presidência de marketing e novos negócios do Vasco em janeiro de 2021, entende que ações como essas precisam ser sempre exploradas não como forma de gerar engajamento, mas porque fazem parte do DNA do clube.

“O Vasco vai liderar o futebol brasileiro em toda e qualquer luta para uma sociedade melhor. Faz parte da nossa criação, com a razão do Vasco existir desde a sua fundação. Essa campanha de resgate histórico, que vem desde a fundação por meio da luta do Vasco para a inclusão de negros e operários no futebol, nasceu com ideias de Vitor Roma desde que ele assumiu a posição no clube. Fomos o primeiro time do futebol brasileiro a jogar uma partida oficial com uma camisa em alusão a causa LGBTQIAP+”, afirma.

Para esse ano, mais uma vez o Vasco da Gama inova e consegue fazer com que as torcidas organizadas criem um manifesto de mudança de comportamento nos estádios em relação à causa.

“Foi mais uma ideia que começou a nossa gestão, mostrando que estamos sempre um passo à frente. A questão do respeito, a inclusão, é o mote desta campanha, mas ela vem de um negócio mais englobado, que é o Vasco lutando pelas causas corretas”, diz o Vitor Roma, que complementa: “Esse manifesto não acaba hoje”.

As medidas adotadas são em celebração do Dia do Orgulho LGBTQIA+, no dia 28 de junho.

Leia a íntegra do documento

“Manifesto das Torcidas do Vasco da Gama

Rio de Janeiro, 24 de junho de 2022

O Vasco da Gama é clube com alma. As paredes de São Januário não seriam nada se não houvesse um espírito pulsante que as permeia. É esta alma que permite ao Vasco não parar na história e seguir adiante, com as pautas necessárias para cada momento. E é justamente essa alma irrequieta, contestadora e generosa que apaixonou seus milhões de torcedores de norte a sul desse Brasil.

O Vasco da Gama teve coragem para enfrentar o racismo e o elitismo que marcavam o futebol no início do século passado. Mas, além da coragem, move o Vasco a certeza de que a tarefa nunca está completa. Sempre há mais a se fazer, mais a avançar, mais a se combater. A alma do Vasco é combativa por natureza.

Neste início de século XXI, o Vasco da Gama reconhece que outras pautas se somam à do racismo. A luta contra a homofobia e a transfobia, ainda tão incipiente em nossa sociedade, é uma das causas que se mantiveram invisíveis por tempo demais e que o Vasco da Gama orgulhosamente abraça desde o lançamento do manifesto contra a homofobia e a transfobia, em 2021. O chamado feito pelo Vasco àquela altura foi por um engajamento maior dos vascaínos e da sociedade em geral em torno de um tema que não pode ser evitado, como foi por tanto tempo.

E, para tal, o Vasco se mobiliza como instituição – o Vasco como um todo. De nada adianta que pessoas isoladas se engajem em uma causa nobre. Pessoas são passageiras, mas não a instituição. E nada é mais representativo de um clube de massa como o Vasco do que seus torcedores – e são eles que se mostram imbuídos do compromisso de agir em nome do que é certo.

A torcida compreende o papel de liderança do Vasco no curso da história do Brasil e do futebol mundial, e abraça a causa. Neste Mês do Orgulho LGBTQIA+, o clube apresentou às suas torcidas organizadas um Manual de Conduta Ética, que determina o repúdio a qualquer manifestação discriminatória, incluindo a demonstração de preconceito de gênero e de orientação sexual.

As torcidas organizadas do Vasco aderiram sem hesitação, mostrando mais uma vez que uma instituição não se faz apenas de paredes e documentos. Uma instituição se constrói com pessoas dispostas a repensarem suas posições e, assim, contribuírem para nosso crescimento como sociedade.

O Vasco é a comunidade que o acompanha. E essa comunidade faz o que é o correto e não apenas o que é mais fácil. A luta contra a homofobia e contra a transfobia não pode passar ao largo do nosso clube e daqueles que o seguem. Se o futebol é um vetor de mudança da sociedade, a torcida do Vasco decide por se posicionar, mais uma vez, em favor do respeito, igualdade e diversidade. E conclama a todas as torcidas do futebol brasileiro a fazer o mesmo

Crédito imagem: Daniel Ramalho/Vasco

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