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Training Compensation no Futebol Feminino

No dia 30 de maio de 2024, a FIFA publicou a Circular nº 1885[i], sobre a implementação do training compensation, ou compensação por treinamento, em tradução livre, no âmbito do futebol feminino.

O training compensation é um dos mecanismos de dimensão internacional concebidos pela FIFA para recompensar financeiramente os clubes que atuam no desenvolvimento de jovens atletas e, portanto, oferecer estímulo para que continuem comprometidos com essa árdua tarefa. O processo contínuo de formação de atletas é essencial para a competitividade e sustentabilidade do futebol, masculino ou feminino.

As regras relativas ao training compensation estão no artigo 20 e no Anexo 4 do FIFA Regulations on the Status and Transfer of Players[ii] (“FIFA RSTP”). Basicamente, o training compensation será devido aos clubes que participaram do treinamento do atleta quando for efetuado o seu primeiro registro como profissional e toda vez que houver a transferência do atleta profissional até o término do ano-calendário do seu 23º aniversário, desde que o caso apresente dimensão internacional. O valor a ser pago deve seguir uma tabela elaborada por cada associação nacional, subdivida em até quatro categorias, que considera os investimentos necessários a cada clube para o treinamento de atletas.

De acordo com o artigo 20 do FIFA RSTP, “os princípios do training compensation não se aplicam ao futebol feminino”, em tradução livre – e é justamente essa exclusão que a FIFA colocou em pauta na reunião do conselho realizada em 17 de dezembro de 2023. Na ocasião, houve a aprovação das diretrizes para a implementação do sistema de training compensation ao futebol feminino, justamente para estimular a formação de jovens atletas como meio de promoção e desenvolvimento da modalidade.

No sentido de efetivar a referida decisão, a FIFA publicou a Circular nº 1885 para a coleta e análise das informações financeiras detalhadas dos clubes em relação aos custos de treinamento das atletas. Com base nessas informações, haverá elementos para a correta categorização dos clubes e, naturalmente, para a definição dos valores a serem pagos a título de training compensation, quando o sistema for ativado, justamente como já ocorre no futebol masculino[iii]. As associações membro devem cuidar de que os seus clubes filiados completem a pesquisa até 30 de junho de 2024.

Embora a extensão do sistema de training compensation ao futebol feminino pareça demasiadamente tardia, não se pode deixar de reconhecer o movimento feito pela FIFA e, nesse contexto, compartilhar a boa notícia para todos os empenhados no desenvolvimento da modalidade.

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[i] FIFA. Circular no. 1885. https://digitalhub.fifa.com/m/15e4befc3478484f/original/Circular-1885_Training-compensation-system-for-women-s-football.pdf. Acesso em 10 de junho de 2024.

[ii] FIFA. Regulations on the Status and Transfer of Players. https://digitalhub.fifa.com/m/69b5c4c7121b58d2/original/Regulations-on-the-Status-and-Transfer-of-Players-June-2024-edition.pdf. Acesso em 10 de junho de 2024.

[iii] FIFA. Circular no. 1853.https://digitalhub.fifa.com/m/4db9566315c26398/original/Circular-1853_RSTP-categorisation-of-clubs-and-registration-periods_EN.pdf. Acesso em 10 de junho de 2024.

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