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Ué, UEFA? Intercontinental de seleções sem o aval da FIFA?

“Espera do teu filho o mesmo que fizeste a teu pai”¹

O atual presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, em entrevista ao jornal britânico Times, lançou no ar a interessante possibilidade de criação de uma disputa entre o campeão da Eurocopa e o campeão da Copa América.

O fato curioso é que o dirigente sinalizou que a disputa poderia não ser chancelada pela FIFA, como ocorria no passado com a taça intercontinental de clubes. Ele apontou que as entidades não precisam de autorização da entidade máxima:

“Por que precisamos da permissão da FIFA para organizar uma competição? É uma decisão de duas confederações. Nós não somos membros da FIFA, somos independentes. Somos sócios, mas não seus subordinados”².

A manifestação do presidente faz parecer que o tema não seria de competência da entidade máxima do futebol mundial, dependendo única e exclusivamente das confederações europeia e sul-americana.

Entretanto, segundo o Estatuto da FIFA, a questão não é tão simples. O artigo 22 do diploma versa sobre os direitos e deveres das confederações no sistema federativo-associativo do futebol:

“22 Confederaciones

  1. (…)

Tal y como se establece en los presentes Estatutos, el reconocimiento de las confederaciones por parte de la FIFA conlleva el respeto mutuo de la autoridad de cada una de las instituciones en su área de competencia institucional.

(…)

  1. Los derechos y obligaciones de cada confederación serán los siguientes:
  2. a) respetar y hacer respetar los Estatutos, reglamentos y decisiones de la FIFA;
  3. b) colaborar estrechamente con la FIFA en todos los sectores relacionados con la consecución de los objetivos estipulados en el art. 2 y en la organización de competiciones internacionales;

(…)

  1. g) cuidar de manera activa y constructiva la relación y la cooperación con la FIFA mediante reuniones consultivas y, por el bien del fútbol, debatir y resolver cualquier problema relacionado con los intereses de las confederaciones y de la FIFA”.

Portanto, depreendemos, em análise prévia, observando a carta magna da FIFA, que minimamente o assunto deveria ser levado para o conhecimento da entidade que regula o futebol mundial, sob pena de violar suas normas, ato passível de sanção.

O ato pode ser considerado uma forma de a UEFA mostrar força e rebelar-se; todavia, a mesma coisa ocorre no quintal da entidade. Em 2018 a imprensa noticiou que os principais clubes europeus fizeram reuniões para a criação de uma competição de clubes sem a organização da entidade continental.

Nessa “jogada” de inconfidências, o melhor discurso para todos os mencionados acima pode ser o “lance” de luz do filósofo craque Sócrates:

“Só sei que nada sei”³

………..

1 – Tales de Mileto
2 – https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/uefa-sugere-protecao-a-times-que-forem-longe-na-champions-e-propoe-supercopa-de-selecoes.ghtml
3 – Estatuto da FIFA
4 – Sócrates

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