A Uefa retirou a ameaça que havia feito, e confirmou que as ligas nacionais não serão banidas das competições europeias se cancelarem suas temporadas e tiverem que decidir por si mesmas como determinar as colocações finais “com base no mérito esportivo”.
As regras de emergência foram anunciadas após uma reunião do comitê executivo da Uefa, e marcam uma mudança na abordagem que a entidade vinha dando a questão.
A recomendação continua sendo parta que as entidades nacionais terminem temporada, até sugerindo que as Ligas adotem outros modelos em função do calendário apertado, como um playoff.
Na Holanda, depois da decisão do governo de proibir eventos públicos até setembro, a Liga decidiu cancelar a atual temporada, sem campeão, nem rebaixamento.
A verdade é que à medida que a crise do novo coronavírus se aprofunda, há uma aceitação de que as competições nacionais vivem situações diversas.
A Uefa até colocou duas questões como principais para aceitar esse cancelamento (o que na prática não diz muita coisa)
– Liga tem orientação do Governo do país para não realizar evento esportivo (caso da Holanda)
– o segundo seriam”problemas econômicos insuperáveis temporada.
Nestes casos, a Uefa solicita que as ligas encerradas definam os classificados para as competições internacionais “com base no mérito esportivo”, determinando as colocações finais “com princípios objetivos, transparentes e não discriminatórios”.
Há duas semanas, tratamos aqui da ameaça da UEFA.
Em carta para as 55 federações nacionais, a entidade pediu que as competições sejam decididas em campo, para proteger a integridade do esporte, e ameaçou deixar de fora dos torneios europeus clubes que tenham sido campeões sem que os campeonatos nacionais tenham chegado ao fim. Mas com a incerteza causada pela covid-19, não é possível estipular um prazo para que o futebol volte a ser disputado.
E a decisão da Uefa poderia fazer com que os clubes que se sentissem prejudicados buscassem a Justiça pelo direito de disputar as competições da Uefa.
É importante destacar que cabe às entidades nacionais de seus participantes em competições continentais. Eles têm autonomia para isso. Portanto, se decidirem declarar campeões os clubes que lideravam as competições antes da interrupção, e os indicados para as competições continentais por critério técnico, a Uefa teria um caminho difícil pela frente para punir essas federações.
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