A Uefa anunciou nesta terça-feira (22) que rejeitou a ideia da cidade de Munique, na Alemanha, de iluminar seu estádio, a Allianz Arena, com as cores do arco-íris, representativas da comunidade LGBTQ, para a partida entre Alemanha e Hungria, nesta quarta-feira (23), válida pela terceira rodada do Grupo F da Eurocopa. O objetivo da cidade bávara era protestar contra uma lei aprovada na Hungria.
“De acordo com seus estatutos, a Uefa é uma organização politicamente e religiosamente neutra. Dado o contexto político do pedido – uma mensagem sobre uma decisão adotada pelo Parlamento nacional húngaro –, a Uefa deve rejeitar o pedido”, disse a entidade em nota.
A Uefa, que afirmou “compreender que a intenção é enviar uma mensagem para promover a diversidade e a inclusão” propôs uma data alternativa para o ato. “Pode ser em 28 de junho – o Christopher Street Liberation Day (dia do Orgulho) –, pode acontecer entre 3 e 9 de julho, que corresponde à semana do Christopher Street Day em Munique”, informou.
Responsável por organizar a Eurocopa, a Uefa ressaltou que há muitos anos faz campanhas a favor da diversidade e da igualdade no futebol.
“O racismo, a homofobia, o sexismo e todas as formas de discriminação são uma mancha em nossas sociedades, e representam um dos maiores problemas do esporte na atualidade. Comportamentos discriminatórios prejudicam as partidas, e fora dos estádios, o discurso na internet a respeito do esporte que amamos”, declarou.
A ideia dos alemães foi fortemente criticada pelo ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, que classificou o pedido como “nocivo e perigoso”.
“É muito nocivo e perigoso quando alguém tenta misturar política e esporte. Houve algumas tentativas de fazer isso na história mundial e essas acabaram muito mal”, disse o político em uma entrevista a um canal de televisão de Luxemburgo.
Em seu pedido, Munique acrescentou que condena a política do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, considerada discriminatória contra minorias. Szijártó considerou a atitude da cidade como uma resposta à lei proibindo conteúdos considerados pró-LGBTQ em escolas aprovada pelo parlamento do país na semana passada.
“Aprovamos uma lei para proteger as crianças húngaras e há protestos contra isso na Europa Ocidental. Eles tentam trazer política para um evento esportivo quando esse evento não tem nada a ver com a legislatura nacional”, completou Szijártó.
A Federação Alemã de Futebol (DFB) concordou com a iniciativa de Munique, mas que a ação não precisaria ser feita na partida contra a Hungria.
Neste fim de semana, a Uefa comunicou que abrirá uma investigação sobre “possíveis atos discriminatórios” racistas e homofóbicos da torcida húngara na partida contra a França, na Puskas Arena.
De acordo com a imprensa francesa, toda vez que Mbappé pegava na bola eram entoados gritos de macaco das arquibancadas. Na ocasião, também foram presenciados cartazes ‘anti-LGBT’.
A partida entre Hungria e Alemanha está marcada para essa quarta-feira (23), às 16h (de Brasília).
Crédito imagem: Alexander Hassenstein/Getty Images
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