Nesta semana inicia-se aquele que pode ser o último Mundial de Clubes da FIFA. Isso porque a entidade maior do futebol não incluiu na sua previsão orçamentária deste ano a realização do Mundial de Clubes.
A razão pode ser a dificuldade de calendário em razão da Copa do Mundo que, pela primeira vez na história, será realizada em novembro/dezembro e não em junho/julho. Justificativa que cai por terra ao se considerar quem os mundiais de 2020 e 2021 foram realizados no ano seguinte.
A verdade é que o Mundial de Clubes da FIFA não caiu no gosto do público e do mercado. Para se ter uma ideia, a Band adquiriu os direitos de transmissão do atual Mundial por duzentos mil dólares.
A FIFA tem tentado mudar o formato do Mundial de Clubes, mas sempre há imprevistos. No início dos anos 2000 foi a quebra da empresa que organizaria a competição e, agora, a pandemia de Covid-19.
Um Mundial de Clubes com mais participantes não agrada a UEFA e aos clubes europeus que veem na competição concorrência com a Champions League.
A ideia de um campeonato mundial de clubes é incrível, tanto que, na ausência de competições oficiais, sempre houve torneios que se intitulavam “Mundial de Clubes”.
Até 2004, era a realizada a Copa Intercontinental entre o melhor clube da América do Sul e o melhor da Europa e o vencedor se proclamava “campeão do mundo”.
Até 1902, o vencedor do confronto “Inglaterra x Escócia” se declarava campeão do mundo.
Assim, o primeiro clube a se proclamar campeão mundial foi o escocês Hibernian, então campeão da Copa da Escócia, que, em 1887, venceu o clube inglês Preston North End.
No início dos anos 1950 o Secretário Geral da Fifa, Stanley Rous, sugeriu à CBD (atual CBF) a realização de um “torneio de campeões de todos os países filiados à FIFA”, daí surgiu a Copa Rio Internacional.
A Copa Rio Internacional de 1951 foi a primeira competição de clubes com abrangência intercontinental que, segundo os jornais da época, foi criada para indicar o campeão mundial de clubes. Participaram do torneio o Vasco da Gama, Áustria Viena, Nacional, Sporting, Juventus, Nice, Estrela Vermelha e o Palmeiras, que acabou vencendo o torneio.
A competição teve outra edição em 1952 que foi vencida pelo Fluminense e contou com a participação de clubes como Penarol, Sporting, Austria Viena, Libertad e Corinthians.
Apesar de todo histórico na busca por um legítimo campeão do mundo de clubes, ainda não se encontrou o modelo que empolgasse os europeus e que trouxesse interesse do público e do mercado.
A descontinuidade do atual Mundial de Clubes da FIFA pode ser o golpe de misericórdia na competição, tanto que UEFA e CONMEBOL já negociam o retorno da Copa Intercontinental que reuniria os campeões da Liga dos Campeões da Uefa e da Libertadores.
Ou a FIFA abre debates e consultas com as Federações Continentais e possíveis patrocinadores em busca de um modelo que possa agradar a todos, ou pode ser a última chance do Palmeiras (e dos demais participantes) conquistar um Mundial com a chancela da FIFA.
Crédito imagem: Getty Images
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