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Um olhar para trás ajuda a mostrar que o Brasil é o futuro dos Daily Fantasy Sports

País é o único com proporções continentais e população extremamente engajada em esportes onde essa modalidade ainda não foi adequadamente desenvolvida

O segmento de fantasy sport (esporte de fantasia) da forma como conhecemos hoje, com empresas já grandes e robustas como se observa nos USA, Índia e Europa, é ainda, muito recente e incipiente em outros mercados no mundo, como o Brasil.

Nos seus primórdios, quando os jornalistas esportivos se juntavam para jogar nos fundos dos restaurantes de frango assado, os esportes de fantasia eram season long, ou seja, temporada completa. Nesse tipo de fantasy sport você monta seu time e aguarda o campeonato acabar para saber se ganhou ou não.

Existem algumas teorias sobre os antecessores de fantasy sport, como o jogo de fantasia sobre golfe criado pelo proprietário do Oakland Raiders Bill Winkenback[1].

Uma segunda teoria sobre a criação do fantasy sport, atribui sua origem a um inglês chamado Bernie Donnelly, em 1971.[2] O jogo tinha como pano de fundo o futebol e foi batizado como Donnelly Fantasy Football League. A configuração era bastante interessante: havia apenas oito equipes na liga e cada equipe consistia em 15 jogadores, dos quais apenas cinco jogavam a cada semana.

Porém a maior parte das pessoas aponta como pai do Fantasy Sport o americano Daniel Okrent.[3] Ele fundou, em 1980, a Rotissiere League Baseball, a qual ficou conhecida como o primeiro fantasy sport da história, e foi à época formada por um grupo de jornalistas escalando jogadores de beisebol.

No decorrer da década de 1980, esse novo modelo de jogo se tornou um fenômeno nos EUA e foi ganhando popularidade à medida que mais e mais jornalistas esportivos começaram a conhecer e se interessar pelo fantasy sport. Com o advento de formas mais sofisticadas de coletar estatísticas,a popularização do jogo ganhou escala e se tornou ainda maior.

Sites como o Commissioner.com (serviço de fornecimento de dados e notícias de Fantasy de beisebol com estatísticas, pontuações etc.) começaram a ganhar cada vez mais volume de tráfego.

No início de 1997, por exemplo, o site RotoNews.com começou a operar, e, em dado momento, foi visitado por mais pessoas do que o site oficial da NBA. Curiosamente, o site sobreviveu a toda a turbulência dos anos 2000 e 2010 e agora é conhecido como RotoWire.

Vale relembrar que o fantasy conta com duas modalidades mais conhecidas: (i) a disputada por temporada – season long ou de tiro longo -, na qual os usuários competem entre si durante toda uma temporada esportiva, e (ii) a modalidade de fantasy diária (daily fantasy), de tiro curto realizada em uma semana ou um único dia de competição.

Estamos falando de uma disputa on-line em que um grupo de pessoas duelam entre si em uma liga ou competição específica. Cada competidor escala o seu time virtual de atletas profissionais, com possibilidade de mesclar jogadores de diferentes times, devendo, apenas, observar um teto de gastos previamente estabelecido pelo organizador.

Cada escalação gera o ganho ou a perda de pontos a partir de estatísticas apuradas em um jogo real, como gols, defesas, passes, entre outros. O competidor ganha ou perde pontos com base no desempenho estatístico dos jogadores em competições do mundo real. Se o jogador faz um gol, o competidor ganha cinco pontos a seu favor. Se o atleta profissional der um passe certo para o gol, o competidor marcará mais três pontos no ambiente virtual. Por outro lado, se o jogador real perder um pênalti, o competidor perderá quatro pontos, e se tomar um cartão amarelo, perderá outros dois pontos, e assim por diante.

História do DFS

 

As primeiras interações com DFS não são nada parecidas com as elegantes plataformas digitais que observamos hoje em dia, na realidade eram até bem analógicas.

Na década de 1990, encontra-se um dos primeiros registros de torneios de DFS nos EUA. Nessa época, vários jornais pelo país traziam um jogo de beisebol chamado Dugout Derby e outro de futebol americano chamado Pigskin Playoff.[4]. Para jogar você precisava ligar para o serviço telefônico que disponibilizavam, era cobrado então US$ 2,00 pelo primeiro minuto e US$ 1,50 para cada minuto adicional.

O Instant Fantasy Sport (IFS) foi a primeira plataforma online a disponibilizar um torneio de DFS online, nos EUA, posteriormente foi comprada e rebatizada de SnapDraft pela NBC Universal. A partir da expansão do seu site especializado nos mercados de previsões de jogos ,HubDub, Nigel Ecles fundou, em 2009, o mais proeminente dentre os novos provedores de DFS online, o FanDuel. Rapidamente começou a dominar o mercado. A Unlawful Internet Gambling Enforcement Act de 2006, permitia disputas na modalidade fantasy sport (diversamente do que acontecia com outros tipos de jogos) e possibilitava que uma competição de esportes de fantasia tivesse tanto a duração de uma temporada inteira, como de uma disputa diária.

Fundada em 2012 por ex-executivos da VistaPrint -Jason Robins, Matt Kalish e Paul Liberman – o DraftKings foi o primeiro concorrente de peso do Fanduel no mercado dos EUA. Logo de início mostrou apetite com patrocínios significativos como o da Major League Baseball (MLB).

Entre esses dois marcos estava o início do Rotogrinders, possivelmente o maior site relacionado a fantasy sports conhecido no mundo, e, curiosamente, ainda em operação.

No final de 2013, o primeiro milionário  de DFS foi coroado quando Travis “TSpiedo” Spieth ganhou o grande prêmio de USD $ 1 milhão distribuído pelo FanDuel FFFC .

Nos próximos dois anos, o DFS passou por um boom devido à capacidade de acessar torneios por meio de dispositivos móveis (já onipresentes em meados da década de 2010) e, é claro, campanhas de marketing agressivas das empresas que atuavam no setor. Com a entrada do Draftkings na MLB, outros patrocínios com NHL (DraftKings), NBA (Fanduel) e times integrantes da NFL logo em seguida foram firmados também.

No mercado americano chegou-se até a ser anunciado que o Fanduel e o Draftkings iriam se fundir, criando, desse modo, o maior e melhor DFS de todo o mundo. Porém, essa fusão não aconteceu devido a Federal Trade Commission ter bloqueado o acordo por motivos relacionados à lei antitruste e à alta concentração de mercado que isso poderia gerar.

O que nos aguarda para os próximos anos.

Apesar de já bem desenvolvido nos EUA, a modalidade de DFS ainda se encontra muito embrionária quando se observa da ótica global. Atualmente, poucos países possuem empresas fortes e sólidas no segmento: EUA com FanDuel e Draftkings; Índia com Dream11; e Brasil com Rei do Pitaco e Cartola. Esses são os players e países que atualmente contam com uma indústria mais significativa de fantasy sport. A Europa, devido a sua forte cultura em apostas esportivas, não desenvolveu esse setor, nem dá sinais que irá desenvolver. Essa despreocupação européia com a indústria, gera uma excelente oportunidade para o Brasil crescer e atrair investimentos estrangeiros para o desenvolvimento desse esporte dentro de casa. Pois, além de tudo isso, o Brasil é o único país com proporções continentais e população extremamente engajada em esportes onde essa modalidade ainda não foi explorada. Nosso País é o mais propício a desenvolver DFS em todo o mundo no momento.

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https://draftgym.com/fantasy-sports-history-part-1

https://draftgym.com/brief-history-of-fantasy-sports-part-2-europe

https://www.cheatsheetwarroom.com/blog/dfs

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[1] https://draftgym.com/fantasy-sports-history-part-1

[2] https://draftgym.com/brief-history-of-fantasy-sports-part-2-europe

[3] https://draftgym.com/fantasy-sports-history-part-1

[4] https://www.cheatsheetwarroom.com/blog/dfs

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