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VAR te catar!!

Testado desde 2006, a videoarbitragem no futebol, conhecida como VAR (sigla em inglês de video assistant referee, ou árbitro assistente de vídeo), foi utilizada oficialmente na Copa do Mundo da Rússia e já está sendo utilizado na Copa do Brasil e na Libertadores da América.

O VAR corresponde a um conjunto de câmeras que transmitem as imagens para uma sala isolada do campo, onde árbitros assistentes de vídeo podem rever quatro tipos de lances: (i) gol; (ii) pênaltis; (iii) cartões vermelhos; e (iv) erro de identidade de jogadores.

A assistência pode ser solicitada pelo árbitro ou indicada pelos assistentes de vídeo. Entretanto, a decisão final será sempre do árbitro de campo.

O futebol trata também dos erros. Como todos, os jogadores e árbitros também podem errar. Além disso, quanto menos interrupções, melhor a partida.

Sem pausas naturais do jogo, o futebol pode passar muitos minutos sem que o jogo seja interrompido. E é essa característica que tanto encanta no futebol.

Enquanto no basquete (NBA), no futebol americano (NFL), no tênis e no vôlei se é obrigado, várias vezes, a aguardar a pausa para revisão de jogadas, o jogo de futebol segue praticamente sem interrupção.

Ou, pior ainda, imagine se o árbitro de campo resolve parar um contra-ataque dinâmico de uma equipe, que pode ser prejudicada.

A isso se soma o fato de que, mesmo com a utilização do VAR, não se afasta a interpretação humana que se encarrega de determinar qual jogada deve ser revista ou não.

Naturalmente, em muitas ocasiões pleiteia-se a presença da tecnologia no futebol. No entanto, o modelo atual não parecer ser o mais adequado, especialmente no que diz respeito à forma como se implementa.

Com a necessidade de o próprio árbitro de campo ou de vídeo pedir a revisão, a tecnologia permanece à mercê de um ser humano ou de um grupo de árbitros que decide quais jogadas serão reavaliadas.

Em partidas entre Atalanta e Juventus pelas semifinais da Copa da Itália, dois lances de jogo muito parecidos tiverem marcação diferente. Em um foi marcado pênalti, em outro, não.

Ora, se as diferenças de interpretação continuarão no futebol, uma vez que existe um árbitro que erra e acerta, desnecessário incluir mais um ponto de divergência como o VAR.

Não se trata de inadmitir a tecnologia no futebol, mas ainda há muita margem para melhora, e a primeira e mais urgente é que sejam as próprias equipes responsáveis por decidir em quais situações pretendem a reanálise do lance, por óbvio com um limite estabelecido, tal como ocorre no tênis, no vôlei e no futebol americano.

Portanto, da maneira como foi estabelecido, o VAR não acrescenta nada de bom ao futebol, muito pelo contrário.

……….

Foto: Lance.

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