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Vasco da Gama e 777 Partners: entenda

No cenário esportivo brasileiro, uma das inovações mais discutidas recentemente é a criação das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). Essa estrutura permite que os clubes de futebol transformem seus departamentos de futebol em empresas independentes, com o objetivo de melhorar a gestão financeira e atrair investimentos. O processo envolve a transferência dos ativos, passivos, direitos e obrigações relacionados ao futebol da associação para uma nova entidade jurídica, que opera sob as regras do mercado corporativo.
O Modelo da SAF
De forma simplificada, uma associação esportiva, como um clube de futebol, cria uma empresa dedicada exclusivamente à gestão do futebol. Inicialmente, a associação detém 100% das cotas dessa nova empresa. Posteriormente, essas cotas podem ser vendidas a investidores para captar recursos, modernizar estruturas, quitar dívidas e, em última análise, tornar o clube mais competitivo.
O Caso do Vasco e a 777 Partners
No exemplo prático do Club de Regatas Vasco da Gama, o clube optou por vender parte das cotas da sua SAF para a 777 Partners, uma empresa americana. O processo de venda dessas cotas é formalizado por um contrato que estabelece direitos e obrigações para ambas as partes. Esse contrato define não apenas a transferência de cotas, mas também as condições sob as quais essa transferência ocorre e as responsabilidades que cada parte assume.
Questões Contratuais e Judiciais
No desenvolvimento dessa parceria, surgiram complicações, principalmente relacionadas ao cumprimento das obrigações por parte da 777 Partners. Devido a atrasos financeiros e a gestões consideradas inadequadas, o Vasco da Gama levou o caso à justiça, resultando na decisão do juiz Paulo Assed Estefan. A decisão judicial suspendeu os efeitos do contrato de investimentos e do acordo de acionistas, devolvendo o controle da SAF ao Vasco da Gama. A medida também implicou a suspensão dos direitos societários da 777 Partners e a remoção de seus representantes do conselho de administração.
Implicações da Decisão
A liminar destacou a preocupação com a viabilidade da SAF, apontando operações financeiras questionáveis por parte da 777 Partners. Essas ações incluíam saques imediatos após aportes de capital, o que levantou suspeitas de gestão prejudicial aos interesses do clube e de sua SAF. A decisão de retomar o controle visa proteger o clube de possíveis penhoras ou uso indevido de suas ações, assegurando a continuidade e integridade da empresa.
Conclusão
A criação da SAF é uma estratégia que oferece aos clubes uma ferramenta poderosa para reestruturação financeira e administrativa. No entanto, como visto no caso do Vasco, é crucial que os contratos sejam bem estruturados e que haja um acompanhamento rigoroso das obrigações assumidas pelos investidores. Ações judiciais podem ser necessárias para corrigir desvios e garantir que os objetivos de longo prazo da SAF sejam alcançados, preservando assim os interesses esportivos e financeiros do clube.
Esta análise do caso Vasco mostra que, enquanto a SAF apresenta um grande potencial, a implementação prática dessa estrutura requer uma gestão cuidadosa e um olhar crítico sobre as parcerias estabelecidas, garantindo assim o sucesso tanto no campo quanto fora dele.
Crédito imagem: Vasco
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