Ao ver esse tipo de cobran\u00e7a de arremesso lateral do v\u00eddeo, voc\u00ea diria que est\u00e1 correto ou n\u00e3o?<\/p>\r\n
Atualmente os arremessos laterais, com a mudan\u00e7a na forma de cobran\u00e7a pelos jogadores, tornaram-se fator t\u00e1tico relevante para as equipes, pois, dependendo do local de onde \u00e9 cobrado, a bola \u00e9 al\u00e7ada na \u00e1rea.<\/p>\r\n
Na Regra 15 constam os procedimentos, infra\u00e7\u00f5es e san\u00e7\u00f5es. Todos os anos ocorrem algumas altera\u00e7\u00f5es nas regras, e em 2018 uma foi justamente na do arremesso lateral.<\/p>\r\n
Se voc\u00ea disse que o arremesso foi executado de forma correta, teria acertado \u2013 se n\u00e3o houvesse a altera\u00e7\u00e3o que diz: \"O executor do arremesso lateral dever\u00e1 estar em p\u00e9 de frente para o campo de jogo\".<\/p>\r\n
Nesse caso do v\u00eddeo, a jogadora, ao arremessar a bola, n\u00e3o est\u00e1 em p\u00e9, descumprindo o procedimento da regra e, dessa forma, cometendo uma infra\u00e7\u00e3o.<\/p>\r\n
Lembre-se, na regra do futebol h\u00e1 detalhes importantes para se conhecer e aplicar.<\/p>","post_title":"Diferente, mas correto?","post_excerpt":"Na regra do futebol h\u00e1 detalhes importantes para se conhecer e aplicar","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"open","post_password":"","post_name":"diferente-mas-correto","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2019-01-14 12:42:29","post_modified_gmt":"2019-01-14 14:42:29","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/leiemcampo.com.br\/?p=216262","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":216253,"post_author":"4","post_date":"2019-01-14 03:00:41","post_date_gmt":"2019-01-14 05:00:41","post_content":"
N\u00e3o h\u00e1 como falar acerca de direito sem se passar sobre a categoria do \u201csujeito\u201d. Seja o portador de direitos, seja aquele a quem se destinam as obriga\u00e7\u00f5es, seja o sujeito que constitui direitos. E aqui menciono o sujeito enquanto o indiv\u00edduo, homem ou mulher que se relaciona em sociedade. Desde a revolu\u00e7\u00e3o cop\u00e9rnica que o ser humano passa a ser o centro do debate filos\u00f3fico ocidental, e isso tem forte influ\u00eancia na constitui\u00e7\u00e3o do Estado e dos direitos modernos.<\/p>\n
O fim do absolutismo, principalmente tendo como marco a Paz da Vestf\u00e1lia de 1648, \u00e9 tamb\u00e9m a tradu\u00e7\u00e3o para a pol\u00edtica da ruptura com um Direito Natural fundado em bases teol\u00f3gicas. A raz\u00e3o humana passa a ser o fundamento do jusnaturalismo. \u00c9 o que j\u00e1 defendia Hugo Grotius, autor das primeiras minutas de tratados que puseram fim, por meio da Paz da Vestf\u00e1lia, \u00e0 \u201cGuerra dos 30 anos\u201d que assolava a Europa.<\/p>\n
Mais de um s\u00e9culo depois, Immanuel Kant, na mesma esteira do combate ao absolutismo, desenvolve a no\u00e7\u00e3o de indiv\u00edduo como portador da raz\u00e3o em que se funda o Estado. N\u00e3o mais um ente celestial ou um monarca seria a justificativa para o poder estatal, cedendo lugar ao indiv\u00edduo, como portador da raz\u00e3o. Esse indiv\u00edduo surgiria com liberdade para racionalmente escolher aderir a um imperativo categ\u00f3rico que funcionaria como uma lei maior. Se todos os indiv\u00edduos acolhessem o imperativo categ\u00f3rico voluntariamente, estaria pavimentado o caminho para uma paz perp\u00e9tua universal.<\/p>\n
Georg F. Hegel parte de Kant em sua teoria acerca da racionalidade como constitutiva do poder, por\u00e9m dele discordando quanto a fundamentar a justi\u00e7a no indiv\u00edduo. Ao contr\u00e1rio, Hegel v\u00ea o Estado como concretizador da raz\u00e3o. O Estado seria a \u201craz\u00e3o em-si e para-si\u201d.<\/p>\n
Todos j\u00e1 devem estar se perguntando onde entra o Direito Esportivo nessa longa introdu\u00e7\u00e3o. Vamos l\u00e1. Em colunas anteriores, vimos que o problema da autonomia esportiva estava relacionado \u00e0 pr\u00f3pria no\u00e7\u00e3o filos\u00f3fica de autonomia. Pois esse a\u00ed em cima \u00e9 o principal debate hist\u00f3rico relacionado ao tema. Mas onde?<\/p>\n
O problema est\u00e1 na interpreta\u00e7\u00e3o do sentido da soberania ou, como j\u00e1 fizera antes Jean-Jacques Rousseau, no embate entre soberania popular e soberania estatal. O Estado moderno fundou-se na ideia de uma soberania estatal que se fundava na soberania popular. Temos aqui, assim, tamb\u00e9m um embate entre autonomia do indiv\u00edduo e heteronomia. A soberania popular se realizaria por meio do Estado, e o desejo da maioria se imporia mesmo que contra a vontade individual.<\/p>\n
Esse novo Estado, ou Estado burgu\u00eas, baseava-se n\u00e3o mais no Direito Natural, mas no Direito Positivo. Havia dificuldades para se conceber pluralidade de fontes normativas, tarefa sob monop\u00f3lio estatal. Tanto a produ\u00e7\u00e3o de direito deveria se limitar \u00e0 esfera do Estado, como a vontade individual deveria se curvar ao imp\u00e9rio da maioria.<\/p>\n
Sabemos que o Estado constitucional contempor\u00e2neo surge como garantidor dos direitos individuais e da prote\u00e7\u00e3o das minorias. Ainda que se resguarde amplo espa\u00e7o para a heteronomia, a autonomia do indiv\u00edduo passa a ser um bem jur\u00eddico tutelado constitucionalmente. Tamb\u00e9m na teoria constitucional dos nossos dias, o indiv\u00edduo \u00e9 tido n\u00e3o s\u00f3 como sujeito de direitos, como tamb\u00e9m um sujeito constitucional (na linha de Michel Rosenfeld). Isso significa que um Estado de Direito se funda, dada a caracter\u00edstica aberta e indeterminada das normas, na forma como o cidad\u00e3o se relaciona com as leis no seu cotidiano, legitimando-as e ressignificando-as.<\/p>\n
Isso ocorre tamb\u00e9m no campo do Direito Esportivo. N\u00e3o se concebe hoje que somente o Estado seja fonte normativa (o Direito Esportivo \u00e9 filho do \u201cpluralismo jur\u00eddico\u201d). Do mesmo modo, n\u00e3o se entende que qualquer norma jus-esportiva possa ter assento fora da legitimidade que a ela se d\u00e1 pelos sujeitos desse direito (o atleta, primordialmente; e, de forma mediata, os membros de comiss\u00f5es t\u00e9cnicas, dirigentes e organiza\u00e7\u00f5es esportivas).<\/p>\n
O sujeito do Direito Esportivo \u00e9 por si mesmo aut\u00f4nomo e constitui, legitima e relegitima\/deslegitima cotidianamente o arcabou\u00e7o jur\u00eddico que envolve o sistema esportivo transnacional (Lex Sportiva). A legitimidade do direito e da autonomia no esporte est\u00e1 nesse indiv\u00edduo\/sujeito jur\u00eddico.<\/p>\n
Aqui entra um necess\u00e1rio di\u00e1logo com J. Habermas, e \u00e9 o que me proponho a fazer em nosso pr\u00f3ximo encontro.<\/p>","post_title":"O sujeito do Direito Esportivo, este ser soberano","post_excerpt":"Os fundamentos do Direito Esportivo (VIII)","post_status":"publish","comment_status":"open","ping_status":"open","post_password":"","post_name":"o-sujeito-do-direito-esportivo-este-ser-soberano","to_ping":"","pinged":"","post_modified":"2019-01-14 00:02:14","post_modified_gmt":"2019-01-14 02:02:14","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/leiemcampo.com.br\/?p=216253","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"}],"next":false,"prev":false,"total_page":1},"paged":1,"column_class":"jeg_col_3o3","class":"epic_block_22"};
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