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CBLOL inicia transição para modelo de franquia

A Riot Games Brasil anunciou esta terça-feira (21/01/2020) que já deu inicio a transição do CBLOL – Campeonato Brasileiro de League of Legends para o modelo de franquias.

Além de dizer que receberá as propostas dos clubes ainda em 2020, não proporcionou mais nenhum detalhe sobre como a Franquia no CBLOL funcionará.

A desenvolvedora já atua no modelo de franquias nas ligas LCS (América do Norte), LEC (Europa) e LPL (China), porém a cultura esportiva em cada país difere, assim como as diretrizes que a franquia segue.

Quando se trata de Brasil, com pouca ou nenhuma cultura de esporte organizado em franquias, é difícil prever qual serão as diretrizes do CBLOL após essa mudança.

Neste artigo do eSports Legal serão analisados alguns dos principais pontos que podem ser alterados com essa mudança.

O que é o modelo de franquias

De forma bem grosseira, adotar o modelo de franquias significa que o administrador das competições e os clubes passarão a ser sócios, ou seja, tanto a Riot Games quando os clubes serão donos da competição conhecida como CBLOL.

A finalidade é fortalecer o mercado e ser capaz de oferecer ao público um espetáculo de maior qualidade.

Quando se fala em esporte, a credibilidade do resultado, competitividade e qualidade do entretenimento devem vir em primeiro lugar, e é nesses três pontos que os esforços da franquia se concentram.

Enquanto a Riot Games Brasil não revela maiores detalhes de como a Franquia funcionará no CBLOL, segue alguns pontos que devem ser esperados serem revelados (MELO FILHO, Álvaro. Ligas Profissionais: contornos e Marcos Jus-Desportivos. Revista Brasileira de Direito Desportivo, v. 28, p. 9, Porto Alegre: Magister, 2016).

Haverá um Salary Cap?

Para assegurar o equilíbrio competitivo, diversas ligas que adotam o modelo de franquias estabelecem o salary cap rule.

Isso significa que os clubes não poderão montar seu elenco livremente, pois terão um valor máximo vinculado à sua folha salarial, que não poderá ser ultrapassado.

Mesmo que haja o Salary Cap na liga, podem existir exceções, como acontece na LMS por exemplo.

Na LMS, o clube pode contratar até 3 jogadores cujos salários não serão contabilizados no salary cap, a fim de que os clubes da liga estadunidense possam competir no mercado de atletas mundial e contratar estrelas.

Para reforçar esta regra, algumas ligas ainda contam com uma Massa Salarial, ou seja, o salário dos atletas não é pago pelo clube que o atleta representa, e sim pela franquia.

Haverá controle na transferência de atletas?

Além de assegurar o equilíbrio competitivo, diversas ligas criam restrições à circulação de atletas para que a saúde financeira da liga seja mantida.

Normalmente a restrição da circulação de atletas é baseada nem limites orçamentários, o que controla a guerra entre clubes oferecendo salários cada vez maiores para atrair os melhores atletas, que por sua vez controla a inflação salarial dentro da modalidade esportiva.

Haverá controle na contratação de novos atletas?

Diversas ligas implementam também controle sobre a contratação de novos atletas que ainda não competiram competitivamente e, portanto, ainda não possuem contrato com nenhum clube.

Normalmente conhecido como draft system e vinculado ao Salary Cap, o controle acontece levando em consideração a posição da equipe na última competição e o valor do novo atleta.

Esta medida também visa o equilíbrio competitivo.

Haverá ascenso e descenso?

Os clubes se tornam sócios da franquia ao alocar uma grande quantia de recursos na liga e por isso lhes são assegurados a permanência na competição e participação na rentabilidade, de forma que o sistema de ascenso e descenso seja descartado.

A transição para o modelo de franquia no CBLOL provavelmente significa o fim do Circuito Desafiante e do sistema de ascenso e descenso.

Para que continue havendo uma liga secundária, a Riot Games criou as competições “Academy” nas franquias que já estão em funcionamento.

Haverá solidariedade?

Muitas ligas contam com regras internas de repartição das receitas, mesmo aquelas adquiridas de forma particular, visando o equilíbrio econômico de todos os clubes franqueados.

Qual será a natureza dos Entes Diretivos?

Com evidentes fins lucrativos, as ligas normalmente são geridas de forma profissional e coletiva, porém na maior parte das vezes elegem um comissário imparcial, para que haja maior autonomia e justiça nas decisões.

A pergunta é: os clubes terão participação apenas na receita ou terão participação nas decisões também? Em todos os assuntos? Como será feita a divisão de poder político dentro do CBLOL?

Como será feita a resolução de conflitos?

As ligas contam com a previsão de infrações e suas respectivas punições, que são aplicadas pelo comissário.

É garantido o direito de recurso a um órgão interno da liga.

No Brasil há a obrigação de qualquer modalidade criar uma justiça esportiva, conforme já foi bem explorado aqui no eSports Legal.

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