O trágico incêndio no Ninho do Urubu completa três anos nesta terça-feira (8). Naquela madrugada do dia 8 de fevereiro de 2019, dez jovens das categorias de base do Flamengo morreram no Centro de Treinamento do clube deixando para trás o sonho de se tornar jogador de futebol.
Desde então, uma série de investigações e ações na justiça tomaram conta do caso. Até o momento, o Flamengo fechou indenização com 9 das 10 famílias (Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique da Silva, Samuel Thomas Rosa, Rykelmo e Vitor Isaías), não chegando a um entendimento com os familiares de Christian Esmério, que levaram o caso aos tribunais, em dezembro, para cobrar R$ 8,5 milhões em danos morais e pensionamento do Rubro-Negro.
Além das vítimas fatais, outros 16 meninos estavam no alojamento durante o incêndio. Destes, apenas sete seguem jogando pelo Flamengo, são eles: Cauan (atacante), Francisco Dyogo (goleiro), Filipe Chrysman (atacante), Kayque Soares (zagueiro), Rayan Lucas (volante), Samuel Barbosa (atacante) e Jhonata Ventura (zagueiro).
Denúncia do Ministério Público
No dia 19 de janeiro de 2021, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) aceitou uma denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o incêndio. Com isso, 11 pessoas se tornaram réus no caso e responderão pelo crime de incêndio culposo qualificado pelos resultados morte e lesão grave. São elas: Antonio Marcio Mongelli Garotti, Carlos Mamede Noval, Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Edson Colman da Silva, Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, Fábio Hilário da Silva, Luiz Felipe Almeida Pondé, Marcelo Maia de Sá, Marcus Vinicius Medeiros e Weslley Gimenes. Até o momento, ninguém foi condenado.
As penas, previstas nos artigos 250 e 258 do Código Penal, são de 1 ano e 4 meses a 4 anos de detenção, com aumento de pena de um sexto até a metade, em razão do concurso formal.
Até o momento, nenhum dos 11 indiciados foram condenados.
Na denúncia, o MP-RJ aponta irregularidades cometidas e o não cumprimento de sanções administrativas impostas pelas autoridades, além do descumprimento de normas técnicas regulamentares.
“Ocultação das reais condições ante a fiscalização do Corpo de Bombeiros, contratação e instalação de contêiner em discordância com regras técnicas de engenharia e arquitetura para servirem de dormitório de adolescentes, inobservância do dever de manutenção adequada das estruturas elétricas que forneciam energia ao aludido contêiner, inexistência de plano de socorro e evacuação em caso de incêndio e, dentre outras, falta de atenção em atender manifestações feitas pelo MPRJ e o MPT a fim de preservar a integridade física dos adolescentes”, apontou.
O Ministério Público ainda descartou a existência de fatores externos como as causas pela tragédia que vitimou dez adolescentes e trouxe graves lesões em outros três no dia 8 de fevereiro de 2019. Na noite da tragédia, uma forte chuva caiu sobre o local, o que foi apontado por alguns como a causa para um curto circuito nos aparelhos de ar condicionado dos alojamentos.
Recurso negado
Nesta segunda-feira (7), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou o recurso extraordinário da Defensoria Pública do Estado (DPRJ), que solicitava o restabelecimento do pagamento de pensão aos familiares das vítimas fatais. Esse novo recurso buscava fazer com que a pauta fosse levada ao Superior Tribunal Federal (STF).
Homenagem
Nesta terça-feira, o Flamengo, em seu Twitter, relembrou a tragédia e prestou uma homenagem às vítimas.
https://twitter.com/Flamengo/status/1490883110564679685?s=20&t=3fJfILm-M8g9hpReE2Ngwg
“Um minuto de silêncio. Três anos de saudade. Dez estrelas a brilhar, no céu do nosso Mengão”, escreveu o clube.
Crédito imagem: Lance
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