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O que se esperar do Jogo das Estrelas NBB 2023?

Por Ricardo Garcia Horta

O 14º Jogo das Estrelas do NBB será realizado em 19 de março, no Minas Tênis Clube em Belo Horizonte/MG e além de reunir inúmeras estrelas e ídolos do esporte nacional, shows, atrações, e homenagens, terá um formato inovador se comparado ao All Star Weekend da NBA[1], sua fonte de inspiração e parceira oficial na realização do evento no Brasil.

Antes, o que era algo como o “fim de semana das estrelas”, agora pode ser visto com uma “semana das estrelas” que terá início no dia 13 (segunda-feira) com a exposição NBB 15 anos, ao relatar toda trajetória da competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB) e chancelada pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Alguns dos atletas selecionados já chegam no dia seguinte para a disputa da partida válida pelo NBB entre o 123 Minas e o São Paulo FC, atuais 3º e 4º colocados do campeonato nacional – um jogaço! Os demais chegam à capital mineira na quarta-feira e já será possível a interação desses com a mídia e o público.

Na quinta-feira, a programação começa no café com as estrelas, ou uma coletiva de imprensa enquanto os atletas quebram o jejum. Depois, ocorrem palestras e debates sobre os caminhos para o desenvolvimento do basquete brasileiro, reunindo autoridades governamentais, dirigentes esportivos, parceiros comerciais da Liga, além de outros especialistas, em apresentações de painéis e seminários. O dia termina com a festa de boas-vindas dos atletas, num clima mais descontraído que possibilita uma maior interação entre atletas, fãs, mídia e demais presentes.

Na sexta-feira, com início às 17:30h, são disputados os desafios do torneio de habilidades Penalty, arremessos de 3 pontos Sportsbet.io e torneio de enterradas iSPORTiSTiCS. Finalmente, acontecerá como de costume, o Jogo das Estrelas em que os times[2] são selecionados pelos 4 capitães pré-definidos num modelo de disputa de semifinal e final, realizado no sábado, a partir das 13:30h. O evento se encerra no domingo, com uma outra sessão da exposição sobre o histórico das 15 temporadas do NBB.

Destarte, é notória a preocupação mútua de todos os envolvidos para garantirem aos fãs uma experiência rica e que independe de estarem presente na Arena UniBH ou assistindo pela TV aberta (Cultura), rede paga (Sportv e ESPN) e/ou redes sociais do NBB (Facebook, YouTube e Tik Tok).

Ao falar em redes sociais, não se pode esquecer da divulgação realizada pelos perfis dos atletas participantes, bem como de todas as entidades esportivas que disputam o campeonato e estão representadas de alguma forma no megaevento.

A motivação para a realização de tudo isso é uma só: o fomento do basquete nacional, por meio da atividade econômica e promoção do entretenimento. Uma estratégia fundamentada no modelo esportivo norte americano, que desde o final do século XIX já tratava o esporte como business e não um mero lazer.

Nesse sentido, é preciso explicar que esse modelo norte-americano é orientado por uma lógica predominantemente econômica, de modo que as entidades de prática esportiva e ligas nele inseridas, têm como objetivo maior a obtenção de lucro.[3] Sempre investindo em mecanismos de gerar maior entretenimento e audiência.

Por sinal, esta é a razão pela qual são tradicionalmente aplicados instrumentos regulatórios que visam preservar a competitividade entre as franquias– como o draft e o salary cap, mas que além disso buscam garantir um maior interesse do espetáculo através da promoção do entretenimento. Motivo pelo qual configuram como as competições com as maiores receitas no mundo.

Interessante destacar, também, que as Ligas norte americanas não seguem as disposições regulatórias e calendários das federações internacionais, das respectivas modalidades esportivas como a FIBA, FIFA ou IBAF, mas isso é uma conversa para outro momento.

No contexto do esporte como business, foram idealizados os “Sports festivals” – “festivais esportivos”, ou “Jogos das Estrelas” – que ao longo dos anos foram aperfeiçoados por suas Ligas, de modo a atender às expectativas dos fãs e amantes do esporte. Em contrapartida, trazem um impacto econômico extremamente benéfico na receita de seus organizadores, participantes, patrocinadores e colaboradores.

O sucesso da ideia fez com que o modelo fosse repetido em muitas competições ao redor do mundo, ao promoverem o fomento do esporte, bem como sua popularização em níveis nunca alcançados.

Conclusão.

Estabelecer estratégias que expandem o relacionamento e buscam o crescente e constante engajamento com seus espectadores ou consumidores é algo essencial no esporte – e é isso o que se pode esperar do Jogo das Estrelas NBB 2023.

É possível concluir, portanto, que a promoção de um evento esportivo festivo, com base num bom planejamento e organização necessária pode trazer um impacto econômico bastante positivo a todos os participantes, bem como fortalecer o vínculo esportivo dos espectadores ao esporte, mas não se esquecendo do retorno social/educacional.

Nas palavras do Presidente da LNB, Rodrigo Montoro: “quem gosta de entretenimento esportivo de alta qualidade, não pode faltar.”[4]

Ainda, a presença de grandes investidores e colaboradores dos mais variados nichos, ativação de patrocínio, negociação de direitos de transmissão, venda de naming rights, valorização da imagem dos atletas, maior interação do espectador com o espetáculo tornando a experiência mais duradoura através do entretenimento, dentre outros elementos presentes no Jogo das Estrelas 2023, são, além de reflexos do modelo esportivo norte americano, características do novo movimento esportivo denominado esportainment[5], que vem ganhando notoriedade nos debates e estudos no âmbito do Direito Desportivo.

Crédito imagem: Divulgação

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Ricardo Garcia Horta é Mestrando em Direito Desportivo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); bacharel em Direito pela PUC-SP e mentorado FUTJUR na área de Transferências e Contratos no futebol.

[1] https://leiemcampo.com.br/all-star-weekend-o-carnaval-da-nba/

[2] https://jogodasestrelas.lnb.com.br/times/

[3] NICOLAU, Jean. Direito Internacional Privado do Esporte, São Paulo, Quartier Latin. 2018. p. 40.

[4] https://jogodasestrelas.lnb.com.br/noticias/rodrigo-montoro-fala-sobre-expectativa-para-o-jogo-das-estrelas/

[5] https://leiemcampo.com.br/sportainment-o-que-all-star-game-super-bowl-e-o-esporte-brasileiro-tem-em-comum/

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