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Presidente da CBF vai pedir para que Conmebol retire pontos de clubes em casos de racismo na Libertadores e Sul-Americana

Diante dos recentes casos de racismo no futebol sul-americano, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues, vai enviar um ofício à Conmebol pedindo punições esportivas, inclusive perda de pontos, para os clubes que tiverem torcedores envolvidos em atos de racismo na Libertadores e Sul-Americana. A informação foi divulgada pelo ‘ge’.

No documento que será enviado à entidade sul-americana, Rodrigues vai solicitar uma reunião com a Comissão de Competições da Conmebol para debater a proposta.

“Não concordo com apenas multa financeira ao clube que tiver um torcedor racista. Não se combate a discriminação apenas aumentando a multa. Tem que ser de forma mais dura. O clube precisa sofrer uma punição esportiva. Quero que o time do torcedor identificado cometendo um ato racista perca pelo menos um ponto na tabela do campeonato. Só assim acredito que vamos pacificar os estádios”, disse o presidente da CBF em entrevista ao site.

“O clube tem que ser punido por não ter conseguido educar o torcedor que entra no seu estádio. Com a punição esportiva ao clube, conseguimos envolver o torcedor nesta luta antitracista. O torcedor seria um fiscal contra o preconceito na arquibancada”, acrescentou.

Na semana passada, quatro casos de racismo foram noticiados durante partidas da Libertadores. Em comum, todos eles aconteceram em jogos envolvendo clubes brasileiros: Corinthians x Boca Juniors, em São Paulo; Estudiantes x Bragantino, em La Plata; Emelec x Palmeiras, em Guaiaquil; e Universidad Católica x Flamengo, em Santiago.

Também na semana passada, a Conmebol prometeu aumentar as punições aos clubes cujo os torcedores praticarem atos racistas nas partidas organizadas pela entidade. O Lei em Campo ouviu especialistas sobre a necessidade de medidas mais rígidas.

O Código Disciplinar da Conmebol possui punições muito brandas para casos de racismo. Na maioria das vezes, a entidade sul-americana aplica uma multa mínima de US$ 30 mil (R$ 150 mil) aos clubes, como foi feito com o River Plate no episódio envolvendo o Fortaleza.

O valor, porém, pode ser maior. Isso porque os integrantes do Comitê Disciplinar da entidade têm competência para aumentar a punição financeira. Um exemplo é o caso do Olimpia, do Paraguai, que foi multado em US$ 45 mil (R$ 225 mil) pelos atos racistas de seus torcedores durante a partida contra o Fluminense, ainda na fase de Pré-Libertadores, no começo deste ano.

Punições mais rígidas em competições da CBF

O presidente da entidade brasileira ainda disse que vai propor a sentença mais dura também nas competições organizadas pela CBF, como o Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, a partir do ano que vem, uma vez que os regulamentos dos torneios desta temporada já foram aprovados.

“Quero propor uma ampla discussão aqui no Brasil para a próxima temporada. Vou pedir a perda de pelo menos um ponto a partir do ano que vem. Essa discussão vai ser boa para ver quem realmente quer combater o racismo no futebol”, disse.

Em junho, a CBF realizará um seminário de combate ao racismo. O evento terá a participação de representantes da FIFA, da Conmebol, dirigentes de federações, do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Ministério Público e dos clubes que disputam os torneios organizados pela entidade.

Crédito imagem: Lucas Figueiredo/CBF

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