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O crescimento fenomenal da NFL no Brasil

No último dia 05 de junho, a Octagon Latam, agência de marketing esportivo que tem Ronaldo Fenômeno como um dos sócios, anunciou o início de uma parceria estratégica com Davi Belfort, atleta de 19 anos que atua como quarterback na Universidade de Virginia Tech.

Davi, filho do lutador Vitor Belfort e neto do ex-jogador de vôlei José Marcos Belfort, que se destacou no Minas Tênis Clube, recebeu dezenas de ofertas de bolsas de estudos de diversas universidades norte-americanas, dentre elas as tradicionais Alabama, Texas A&M, Miami, Flórida e Michigan.

Avaliado, desde os anos de high school, como um dos prospectos mais talentosos de sua geração, a ideia é que Davi possa se candidatar ao Draft da NFL em 2027, após uma trajetória sólida no futebol americano universitário.

Ao comentar sobre o novo reforço de sua agência, que promete um trabalho de “excelência esportiva e gestão de imagem de alto nível” focado em “desenvolver estratégias de longo prazo e promover o legado de talentos emergentes no cenário esportivo global”, Ronaldo declarou:

O Davi tem ainda uma longa caminhada pela frente, mas, para além do talento, ter dentro de casa, no próprio pai, uma referência tão gigante de atleta certamente o coloca um passo à frente. Sua vida estudantil estrelada chamou a atenção de muitas universidades e também da nossa agência. Uma gestão de carreira profissional é fundamental à trajetória dos jogadores e é uma alegria para o nosso time caminhar ao seu lado”.

No vídeo lançado para celebrar a parceria, o próprio Ronaldo Fenômeno interage com Vitor Belfort e com Davi em um diálogo descontraído, na linguagem típica destes tempos de comunicação via redes sociais.

O anúncio do agenciamento da carreira de Davi Belfort pela Octagon vem em um momento no qual as possibilidades comerciais para os atletas universitários nos Estados Unidos são maiores do que nunca.

Como já discutimos em texto anterior da coluna, até a histórica decisão da Suprema Corte no caso NCAA vs Alston, em 21 de junho de 2021, os atletas universitários eram considerados “amadores” e não podiam ganhar dinheiro com a exploração econômica de suas marcas pessoais, algo bastante contraditório diante das cifras bilionárias movimentadas pelo esporte universitário norte-americano.

Foi a partir desse julgamento e de outras batalhas judiciais que a sigla NIL, correspondente às iniciais de name (nome), image (imagem) e likeness (semelhança/aparência) passou a estar presente, com frequência, no noticiário esportivo.

Existindo condições legais para explorar o chamado NIL money, associar-se a um atleta como Davi Belfort faz ainda mais sentido para a Octagon, que certamente já considerava a potencial presença de um quarterback brasileiro na NFL como algo suficientemente atraente do ponto de vista mercadológico.

Com efeito, se a liga quer conquistar o mundo, o Brasil é parte fundamental da equação.

Não é à toa que teremos, em São Paulo, no próximo dia 06 de setembro, o duelo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers pela temporada regular da NFL, sendo muitas as evidências da relevância do Brasil para a liga:

– o número de fãs brasileiros da NFL saltou, em 10 anos, de 3 milhões para mais de 35 milhões;

– a audiência do Super Bowl cresceu, por aqui, quase 200% de 2021 para 2022 (levando em conta somente as transmissões em TV fechada, pela ESPN, o crescimento específico foi de 19% entre 2023 e 2024 e de 17% entre 2022 e 2023);

– a transmissão do Super Bowl em TV aberta, exclusiva pela RedeTV, está garantida até 2025, sustentada por grandes anunciantes como Diageo, Vivo, Popeyes, Sky, New Era, Amazon e Apple; e

– o maior evento vinculado ao Super Bowl produzido fora dos Estados Unidos é o NFL in Brasa, cujo orçamento triplicou da primeira para a segunda edição, realizada em 2024.

O principal indicativo do interesse do público tupiniquim pelo esporte da bola oval, no entanto, talvez tenha sido visto na segunda-feira, dia 10 de junho, quando começou a pré-venda dos ingressos para o jogo entre Eagles e Packers: dificuldades técnicas à parte (houve muitas queixas nesse sentido nas redes sociais), o fato é que as entradas se esgotaram em menos de três horas.

O que chama a atenção é que a alta demanda existiu mesmo com valores “salgados” para os padrões nacionais, variando de R$ 285 (a meia-entrada mais barata) a R$ 2.520,00.

Eis mais uma clara demonstração de que o público da NFL no país tem uma capacidade de consumo elevada, o que é ótimo para a liga e para os patrocinadores e parceiros associados a ela.

A São Paulo Turismo S/A (SPTuris), sociedade de capital aberto que tem a Prefeitura de São Paulo como acionista majoritária, acredita que o jogo irá gerar um imenso deslocamento de turistas norte-americanos para a capital paulista, com um impacto econômico de cerca de US$ 60 milhões e a geração de aproximadamente 5 mil empregos diretos e indiretos.

Nas palavras de Gustavo Pires, diretor-presidente da SPTuris e um dos maiores entusiastas da vinda da NFL ao país, o jogo entre Eagles e Packers “será um dos maiores eventos da história do Brasil e de São Paulo”, cidade que “tem tamanho de capital global, tem consumo de capital global (…) e tem que estar na rota dos principais eventos globais como uma das capitais do entretenimento mundial”.

A mais poderosa liga esportiva dos Estados Unidos é ambiciosa em seu plano de conquistar “outras paragens”, inclusive a América Latina, via Brasil. E São Paulo, com todos os méritos, se colocou na rota dessa ambição.

As vendas para o público em geral começam no dia 13 de junho e a tendência é que a corrida por ingressos continue acirrada.

Muita gente sonhou com tal momento e a nossa torcida vai para aqueles que mais amam o esporte, gente que acompanha e vibra com os touchdowns desde os tempos “das vacas magras”. Que vocês possam e consigam estar presentes nas arquibancadas da Neo Química Arena!

E que o jogo, enfim, represente o marco definitivo do crescimento fenomenal da NFL no Brasil.

Crédito imagem: Anúncio Davi Belfort + Octagon | Octagon Latam – Conteúdo Digital OctagonLatam

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