Sim, você já sabe: o Super Bowl é o estado da arte do sportainment e, historicamente, uma “galinha dos ovos de ouro” para a indústria da televisão, que agora divide as suas telas com a indústria do streaming.
Neste ano de 2024, o jogo que define o campeão da temporada da NFL será, também, o palco em que o “efeito Taylor Swift” estará mais visível.
O rol das anunciantes que marcarão presença nos intervalos comerciais de 30 segundos, que podem custar até US$ 7 milhões, terá, pela primeira vez, a NYX Makeup, uma subsidiária da L’Oreal.
Além da tradicional gigante francesa, a Dove, que desde 2015 não se interessava pelo evento, desembolsou valores expressivos para retornar aos holofotes no principal jogo da temporada do futebol americano, assim como a marca de cosméticos E.L.F.
Em matéria publicada pelo New York Times, Mary Scott, professora de comunicações estratégicas na Montclair State University e ex-presidente do United Entertainment Group, uma agência de marketing esportivo e de entretenimento, afirmou:
“Você não está pagando apenas por aquele anúncio de 30 segundos, e sim por um burburinho que dura de quatro a seis semanas (…)”.
Nada melhor do que um romance entre celebridades para gerar burburinho, certo?
Para o ecossistema da NFL, a resposta é sim.
A liga e seus parceiros comerciais há muito já não demonstram o menor constrangimento em explorar, alegremente, o relacionamento entre Travis Kelce, segunda maior estrela do atual campeão Kansas City Chiefs, e a mulher que, provavelmente, é a mais famosa do mundo na atualidade.
Nas palavras do comissário Roger Goodell, “ter o efeito Taylor Swift (…) é positivo”, pois “ela conhece muito de entretenimento e (…) é por isso que ela adora o futebol americano da NFL”.
A audiência feminina em jogos da liga cresceu nos últimos meses e espera-se que, dentre as mais de 115 milhões de pessoas que verão a partida no domingo, dia 11 de fevereiro, grande parte seja de jovens atraídas pelo carisma de Taylor Swift.
Desde 1º de janeiro deste ano, em um recorte de momentos de alguma maneira relacionados ao esporte, foram feitas, em todas as redes sociais, 46,1 milhões de menções à cantora.
O jogo que definiu a ida do Kansas City Chiefs a mais um Super Bowl alcançou, na CBS, 55 milhões de espectadores, um aumento de 17% em relação à final de conferência do ano anterior, que envolvia o mesmo time.
Pelos números e todas as demais evidências, muito bem exploradas em texto reproduzido no Meio e Mensagem, fica bem claro que uma enorme parcela desse novo público se deve mais às aparições de Taylor Swift do que ao incrível talento de Patrick Mahomes, quarterback que pode conquistar o seu terceiro título nos últimos cinco anos.
Porém, não é só de romance e de um quarterback ainda jovem, mas já histórico, que viverá este Super Bowl LVIII.
Um outro tema da vez é o das apostas esportivas, que abordamos na coluna anterior.
Estima-se que devem passar dos US$ 23 bilhões as apostas esportivas naquele que será o primeiro Super Bowl disputado em Las Vegas. Na partida do ano passado, as cifras foram de US$ 16 bilhões em apostas.
Segundo dados da American Gaming Association (AGA) repercutidos pelo InfoMoney, cerca de 67,8 milhões de adultos norte-americanos (aproximadamente 26% da população) farão algum tipo de aposta relacionada ao jogo.
Para Bill Miller, CEO da AGA, a “prioridade continua sendo aproveitar esta oportunidade, fornecendo proteções ao consumidor que somente um mercado regulamentado pode garantir e investindo em ferramentas de segurança e educação de jogo responsável”.
Roger Goodell, por sua vez, declarou:
“Queremos ter certeza de que, quando as pessoas assistem aos jogos da NFL, saibam que a ação em campo é genuína e sem qualquer influência externa. Embora as pessoas possam especular e ter percepções, temos que manter esse padrão o mais alto possível”.
Acredita-se que a NFL tenha punido, até o momento, 13 jogadores e 25 funcionários da liga e/ou das equipes por violações relativas ao envolvimento com jogos de azar.
Antes do início da semana do Super Bowl, a NFL enviou, a todos os integrantes de seu corpo administrativo e às delegações que viajarão a Las Vegas representando o Kansas City Chiefs e o San Francisco 49ers, um lembrete sobre as regras aplicáveis à questão.
Para uma liga que tem acordos altamente lucrativos com atores importantes do mercado de apostas, como Caesars Entertainment, DraftKings e FanDuel, todo cuidado é necessário.
Afinal, seriam devastadores os efeitos morais e econômicos de qualquer insinuação de que o resultado do jogo poderia ter um mínimo grau de interferência de fatores que não aqueles puramente esportivos.
Por fim, vale destacar que “o Super Bowl das apostas” será o mais caro de todos os tempos.
Segundo dados levantados pela plataforma TickPick e compilados pela CNN, o preço médio dos ingressos é de US$ 9.800,00, uma alta de 70% em relação ao Super Bowl de 2023. Já o ingresso mais barato sai por US$ 8.188,00 (número que foi de US$ 5.997 no ano passado).
Torçamos para que, além de um colosso do entretenimento e de um desafio do ponto de vista da integridade, o Super Bowl LVIII seja um grande jogo.
Lá vamos nós, fãs da NFL (e/ou de Taylor Swift) para mais um daqueles domingos que não serão “um domingo qualquer”.
Crédito imagem: Jamie Squire/Getty Images
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