Pesquisar
Close this search box.

Um contrato para a vida inteira

Kevin Durant e a Nike anunciaram, na sexta-feira, dia 28 de abril de 2023, a assinatura de um contrato vitalício.

O relacionamento entre o astro da NBA e a marca começou em 2007 e já rendeu o lançamento de quinze modelos de tênis exclusivos, havendo mais um a caminho com a “assinatura” do agora jogador do Phoenix Suns.

Como parte da parceria de longo prazo, a Nike apoia o atleta também em projetos sociais, colaborando com a reforma de quadras de basquete em comunidades carentes em todo o mundo por meio da Durant Family Foundation e do Nike Elite Youth Basketball League.

Ao assinar o acordo vitalício com a Nike, Kevin Durant se junta àqueles que muitos apontam como os dois maiores jogadores da história do esporte da bola laranja: Michael Jordan e LeBron James. Ao comentar o feito, Durant declarou estar “animado com o futuro e honrado por estar em rara companhia nesse negócio”.

Fizemos referência à icônica relação entre Jordan e a Nike em recente texto da coluna, no qual comentamos sobre o filme Air: a história por trás do logo e sobre o livro Playing for Keeps: Michael Jordan and the World He Made, de David Halberstam.

O “casamento” de LeBron James com a Nike, por sua vez, tem como um de seus capítulos este incrível episódio: em uma noite de maio de 2003, LeBron, aos 18 anos de idade, sentado em uma sala de reuniões com sua mãe ao lado, recusou um contrato com a Reebok no valor de US$ 100 milhões, dos quais US$ 10 milhões estavam representados por um cheque oferecido ao atleta naquele momento, em uma oferta do tipo “pegar ou largar”.

LeBron largou. À época, ele era apenas um jovem que cursava o ensino médio e sonhava em jogar na NBA.

Além da Nike e da Reebok, a Adidas também trabalhou duro e investiu pesado para recrutar LeBron James. O responsável na marca alemã pela condução das negociações? Um outro conhecido desta coluna: Sonny Vaccaro.

Curiosamente, a primeira oferta da Nike a Lebron não teve o apelo esperado. A estratégia utilizada por Aaron Goodwin, então agente daquele que, ainda adolescente, era chamado de The Chosen One, foi a de marcar as reuniões presenciais deixando a Nike por último, em uma tentativa de alavancar a proposta da marca que, no fundo, era a preferida do atleta.

Com a Adidas já sem fôlego financeiro para levar a disputa adiante, apesar dos esforços de Vaccaro, e sabendo que os valores que oferecera eram superiores, a Reebok chegou a enviar a Akron, Ohio, terra natal de LeBron, executivos e advogados prontos para a formalização do contrato.

No derradeiro dia da assinatura do acordo, enquanto a equipe da Reebok aguardava em um quarto de hotel com toda a “papelada” praticamente pronta, o agente de LeBron ligou para os executivos da Nike e deu um ultimato: a marca era o desejo do jogador, mas os números precisariam subir ou ele aceitaria a proposta da Reebok.

Foi nesse cenário que LeBron assinou, meses após completar a maioridade, um contrato de sete anos no valor de US$ 77 milhões, com um bônus de US$ 10 milhões na assinatura.

O contrato vitalício viria depois. LeBron já declarou que ter escolhido a Nike foi a melhor decisão de negócios que ele já tomou.

Os passos de LeBron James são seguidos por Kevin Durant, cujo portfólio de negócios só aumenta desde que ele cofundou, com seu agente Rich Kleiman, a Thirty Five Ventures (35V), empresa de investimentos e produção de conteúdo nos segmentos de esportes, mídia e entretenimento.

Além do contrato para a vida inteira com a Nike, Durant tem ou já teve acordos comerciais com marcas como Gatorade, 2K Sports e Foot Locker, além de haver produzido documentários e de ter participação acionária no Philadelphia Union, da MLS, e em uma equipe de pickleball, esporte de raquete que se popularizou nos Estados Unidos especialmente no período mais agudo da pandemia de Covid-19.

Ao falar sobre a inspiração em LeBron James fora das quadras, eis as palavras do próprio Durant: “Eu estava em uma batalha pesada entre as marcas quando saí da faculdade – Adidas, Nike – e caras como LeBron passaram por isso. Então, trocar ideias com ele e com pessoas da equipe dele e ver o que ele vivenciou em algumas dessas experiências foi ótimo para mim. (…) [LeBron] provavelmente foi a principal figura que eu observei, e observo até hoje (…). Quero impulsionar o jogo de basquete e saber que estou inspirando mais e mais crianças a simplesmente pegarem uma bola e serem ativas. Não necessariamente [inspirá-las] a chegar à NBA, mas apenas a serem ativas, porque são muitas as lições de vida que você aprende dentro do jogo”.

De fato, no esporte, algumas lições, e alguns contratos, valem para o resto da vida.

Crédito imagem: Nike/Divulgação

Nos siga nas redes sociais: @leiemcampo

Compartilhe

Você pode gostar

Assine nossa newsletter

Toda sexta você receberá no seu e-mail os destaques da semana e as novidades do mundo do direito esportivo.