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O que quer que seja onde quer que se esteja a qualquer momento

Nos últimos dias, algumas fontes têm reportado que os novos contratos de direitos de transmissão da NBA, embora ainda não assinados oficialmente, já estariam sacramentados por um valor recorde de US$ 76 bilhões ao longo de 11 temporadas.

Se esses números se confirmarem, eles representarão aproximadamente o triplo do que a liga arrecadou junto a seus parceiros de mídia no último ciclo contratual.

Além do acordo com a Amazon, a Disney, controladora da ESPN e da ABC e uma das mais longevas parceiras da NBA, também se manteria nas transmissões.

Sobraria, então, a princípio, um terceiro “pacote” de direitos para ser negociado pela liga, que, preferencialmente, gostaria de trabalhar com três parceiros (existe uma chance menor de ela aceitar mais um grupo para compor essa equação).

Há quem aposte que a Warner Bros. Discovery (dona da TNT) pagará o que for para se manter na jogada, mas a Comcast, que controla a NBC, também teria feito uma proposta bastante agressiva.

Como afirmamos anteriormente na coluna, o resultado dessa livre concorrência favorece amplamente os anseios da NBA, que se consolida ainda mais como detentora de propriedades intelectuais valiosíssimas.

Na atualidade, com a grande oferta disponível de streamings e plataformas over the top (OTT), assistir o que quer que seja onde quer que se esteja e a qualquer momento passou a ser algo cada vez mais comum.

Se, por um lado, dezenas de milhões de lares nos Estados Unidos e em outros países deixaram de contar com serviços de transmissão de televisão por cabo ou satélite, tornou-se quase impossível, por outro lado, conhecer alguém que, sendo economicamente ativo, não possua um telefone celular.

Seja como for, nas telas portáteis ou no velho aparelho de casa, eventos esportivos ao vivo continuam possuindo uma rara atratividade para diversos públicos.

As pessoas ainda querem se reunir para viver emoções juntas, sem saber qual será o final, algo que mesmo os adeptos do binge-watching, que gostam de “maratonar” séries, costumam admitir.

O fato é que, além de possuir o ativo premium que são os jogos ao vivo, com partidas durante todos os dias da semana durante cerca de 8 meses no ano, a NBA tem se beneficiado, com inteligência, dos novos hábitos de consumo dos fãs de esporte.

Não é à toa que, em campanha produzida para celebrar o início da temporada 2022-2023, a NBA tenha escolhido o slogan “This is the Nonstop-Never-Boring-Make-It-New-Every-Night. National. Basketball. Association”, algo como a liga que não para, que nunca é tediosa e que apresenta novidades todas as noites.

Realmente, goste-se ou não do basquete jogado por lá, a capacidade da NBA para gerar e explorar conteúdo a partir de atletas que são grandes personalidades e cuja influência vai além do esporte, perpassando o universo da moda, da música, dos videogames e do lifestyle, é única.

Com uma capacidade de gerar engajamento nas redes sociais que, há muito, é tida como a maior entre as ligas e marcas esportivas mundiais, a NBA possui uma relevância cultural e uma linguagem que a colocam em posição privilegiada quando o assunto é a conquista de novos consumidores.

Para além de mostrar os duelos ao vivo, é nisso que uma entidade como a Amazon aposta.

Especialistas como Andrew Marchand, do The Athletic, apontam que a Amazon, por meio do Prime Video, já pode ser considerada a maior empresa de tecnologia em direitos esportivos do mundo.

Ao fechar com a NBA, a Amazon acrescenta o basquete a um “cardápio” que já possui jogos da NFL e da MLB (localmente em Nova York, com os Yankees), detendo direitos dessas ligas para transmissões em todo o planeta.

E sabem com quem a Amazon possui um estreito relacionamento comercial, a partir do qual, como transmissão alternativa ao Thursday Night Football, da NFL, ela exibe o programa The Shop? Acertou quem pensou em LeBron James.

Será que, ao se aposentar das quadras como o maior pontuador da história, LeBron pode se tornar um dos integrantes das transmissões no Prime Video ou pode colocar a sua produtora no negócio? Em nome do entretenimento, não duvidem.

O público norte-americano continuará vendo a NBA contar grandes histórias nas velhas conhecidas ESPN, ABC e, provavelmente, TNT.

No Brasil, a Amazon já demonstrou sua ambição ao reunir, em sua equipe, nomes conhecidos na comunidade do basquete, tais como Rômulo Mendonça, Roby Porto, Ricardo Bulgarelli, Janeth Arcain, Marcelo Gomes, Alana Ambrosio e a dupla do Bola Presa, Danilo Silvestre e Denis Botana.

Agora, parece ter chegado a vez da antiga “loja de tudo”, aquela que oferece produtos “de A a Z”, tentar um arremesso decisivo também lá fora, conquistando “a garota mais bonita do baile”.

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