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NBA, NFL e “times dos sonhos” nos Jogos Olímpicos

Conforme noticiado no último dia 13 de outubro pelo Lei em Campo, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou a inclusão de cinco novas modalidades a partir dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028.

Ao lado de squash, lacrosse, críquete e beisebol/softbol, uma das modalidades incluídas será o flag football, variação do futebol americano na qual, em vez de derrubar os adversários ao chão para impedir o avanço deles pelo campo, os jogadores retiram uma fita colocada na cintura dos rivais.

Após a sinalização de que os maiores astros da NBA pretendem disputar os Jogos Olímpicos de Paris em 2024, o anúncio da presença do flag football na edição de Los Angeles tem despertado grande interesse nos Estados Unidos.

O motivo? Jogadores de destaque da NFL vêm manifestando a vontade de representar o país na disputa do “futebol americano alternativo”.

Sim: além de um Dream Team da NBA em 2024, poderemos ter um Dream Team da NFL em 2028 defendendo a bandeira estrelada em busca de uma medalha de ouro.

O contexto que viabilizará o flag football nos Jogos Olímpicos de 2028 envolve a aquisição de direitos exclusivos de transmissão da competição em território norte-americano pela NBCUniversal, que pagará ao COI US$ 7,65 bilhões até 2032.

Conforme apontado em recente matéria do The Athletic, a NFL já manifestou apoio ao flag football como esporte olímpico por enxergar nesse movimento uma ótima oportunidade de marketing no intuito de transformar o futebol americano em um esporte verdadeiramente global.

Foi nessa esteira que estrelas como o recebedor Tyreek Hill, do Miami Dolphins, e até mesmo ex-jogadores da NFL, como Rob Gronkowski, um dos principais parceiros de Tom Brady nas conquistas de Super Bowl do New England Patriots, verbalizaram o desejo de também participar da “festa”.

Brady, aliás, disse em seu podcast que certamente será um entusiasmado telespectador do flag football nos Jogos Olímpicos, tendo também afirmado à imprensa espanhola, que, considerando as preocupações com o excesso de contato físico e as consequentes contusões no futebol americano, a modalidade mais leve do esporte pode até mesmo suplantar, no longo prazo, a popularidade do jogo tradicional.

A aposta geral, enfim, é de que mais atletas da NFL virão “a reboque” desse hype e estarão vestindo a camisa do Team USA em 2028, inclusive com o suporte da NFLPA, associação que defende os direitos dos jogadores.

Outro ingrediente adicional é que a NBCUniversal terá participação direta na programação televisiva dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Por isso, faz todo o sentido que ela trabalhe nos bastidores para alimentar o lobby pela convocação de um Dream Team da NFL na montagem da seleção de flag football.

Como declarou Gary Zenkel, responsável pelos Jogos Olímpicos e Paralímpicos da NBC, o futebol americano “é o esporte favorito da América, e isso vale entre homens e mulheres; no maior palco do mundo, será uma adição muito emocionante ao programa olímpico para o público norte-americano”.

Para alimentar ainda mais as expectativas, o CEO da USA Football, Scott Hallenbeck, indicou a montagem de um Dream Team da NFL como uma “forte possibilidade” e confirmou que a entidade que ele dirige estará totalmente aberta a trabalhar para que isso ocorra.

Em texto da coluna no qual escrevi sobre esporte e memórias, revelei que fui “fisgado” pela NBA justamente após assistir o Dream Team de Michael Jordan e companhia nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992:

(…) Jordan era, até ali, um sobrenome de algum modo familiar para mim, assim como me era vagamente familiar a ideia de que aquele era ‘o Pelé do basquete’, como diziam as pessoas mais velhas ao meu redor.

Encantado com Jordan e seus ‘superamigos’, desenhei em uma folha de papel os jogadores da seleção de basquete dos Estados Unidos, colei os desenhos em um pedaço de papelão, recortei-os e passei a usar os ‘bonequinhos’ para brincar na quadra que, com a ajuda do meu pai, improvisei sobre a tampa de uma caixa de sapatos. E assim investi horas e horas fantasiando novas jogadas daquele time incrível.

Acompanhar a NBA daí em diante seria (e foi) natural. Os jogos passavam tarde da noite e lembro-me como se fosse ontem de torcer, madrugadas adentro, contra o Chicago Bulls de Michael Jordan (vejam só!) nas finais de 1993, e a favor do Phoenix Suns de Charles Barkley, outro dos meus ‘heróis’ do Dream Team”.

Espero, de coração, que milhões de jovens mundo afora se apaixonem pelo esporte em 2024 vendo LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant em ação nas quadras de Paris, assim como eu me apaixonei em 1992.

Espero, de coração, que o flag football seja um grande sucesso nos Jogos Olímpicos de Los Angeles e que um Dream Team da NFL, agrupado a uma seleção dos melhores atletas que já se dedicam à modalidade, sejam capazes de encantar crianças e adultos de todo o mundo em 2028.

Questões sobre competitividade à parte, é assim que a roda gira. Excelentes times, com atletas que muita gente pode considerar até mesmo como alguns dos maiores de todos os tempos, atraem novos fãs, gerando um efeito dominó que levará mais pessoas a assistirem jogos das melhores ligas e por aí vai…

Foi assim comigo e que assim seja nos próximos (muitos) Jogos Olímpicos. O esporte e as memórias agradecem!

Crédito imagem: Tim Nwachukwu/Getty Images

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