Como fizemos em 2022 e 2023, chegou a hora de projetar quais serão os temas que merecerão a nossa atenção, daqui até junho de 2025, na temporada da NBA que acaba de começar.
Muitos holofotes estarão direcionados ao atual campeão Boston Celtics, franquia que foi colocada à venda justamente no momento seguinte ao ápice esportivo atingido após a vitória contra o Dallas Mavericks nas últimas finais.
Se existe um equivalente esportivo para “vender um ativo na alta”, ele se aplica perfeitamente à possível alienação do controle da equipe liderada por Jayson Tatum e Jaylen Brown.
E não só porque o Celtics tende a permanecer no rol de favoritos ao título no futuro, mas também pelo fato de a NBA ter à sua frente uma era de pujança econômica sem precedentes na história do basquete norte-americano.
O novo ciclo de negociação dos direitos de transmissão terminou com a assinatura de um contrato de 11 anos que garantiu à liga US$ 76 bilhões e novos parceiros de mídia com enorme potencial para ajudar no crescimento do jogo em um nível global.
Assim, o(s) futuro(s) novo(s) dono(s) do Boston Celtics terá(ão) muitas contas para pagar, mas também muito dinheiro para arrecadar.
Quando se fala em muito dinheiro, um nome que vem à mente, inevitavelmente, é o de Steve Ballmer, o bilionário ex-CEO da Microsoft que é um dos homens mais ricos do mundo.
Um dos projetos pessoais de Ballmer é levar o Los Angeles Clippers, equipe da qual é dono, a uma relevância nunca antes alcançada na NBA, plano ambicioso que passa pelo recém-inaugurado Intuit Dome.
A moderna arena de US$ 2 bilhões de dólares construída em Inglewood, na região metropolitana de Los Angeles, tem como destaques o telão que corresponde a quatro mil televisores de 60 polegadas, as acomodações luxuosas, a grande quantidade de banheiros (para que os torcedores não percam tempo em filas) e “a Muralha”, arquibancada vertical inspirada na “Muralha Amarela” do Borussia Dortmund.
Além da nova casa, o Clippers deve estar nos holofotes também por conta da ação judicial movida por um ex-funcionário, caso que tem como personagem o astro Kawhi Leonard.
No processo, Randy Shelton, treinador de força e condicionamento que passou a trabalhar com Kawhi nos intervalos entre as temporadas, alega que foi demitido injustamente por tentar impedir que o Clippers aplicasse tratamentos médicos inseguros e ilegais no jogador, conhecido por se lesionar com muita frequência (razão pela qual, inclusive, ele foi cortado da seleção norte-americana que disputou os Jogos Olímpicos de Paris).
A ação também acusa a franquia de usar a possível contratação de Shelton como chamariz para convencer o atleta, enquanto ele ainda jogava pelo Toronto Raptors, a assinar com o Clippers em 2019 (o assédio teria começado ainda em 2017, quando Leonard disputava sua última temporada pelo San Antonio Spurs, franquia que o selecionou no Draft de 2011).
Além dos salários que deixou de receber após a demissão, Shelton pleiteia receber indenização por danos morais. Em nota oficial, a equipe de Los Angeles declarou:
“As alegações do Sr. Shelton foram investigadas e consideradas sem mérito. Honramos o contrato de trabalho e o pagamos integralmente. Este processo é uma tentativa tardia de extorquir o Clippers com base em acusações falsas”.
A NBA apenas informou que está analisando o processo, que deve ser mais um dos que acompanharemos nos próximos meses, como temos feito com o litígio envolvendo a aquisição do Minnesota Timberwolves e com o caso de espionagem corporativa que opõe o New York Knicks e o já citado Toronto Raptors.
A propósito de Kawhi Leonard, ele é o exemplo mais utilizado quando se fala em load management, assunto já abordado na coluna.
Com a nova política de participação de jogadores que passou a valer na NBA na temporada passada, restringir os minutos de um atleta de ponta tornou-se um desafio maior para as franquias.
Joel Embiid, que afirmou que não mais jogará partidas em dias consecutivos, deve ser o pivô (sem trocadilho!), juntamente com Kawhi, das discussões relacionadas ao controle de carga.
Outro personagem dessa “novela” pode ser LeBron James, que jogará sua 22ª temporada na NBA ao lado de seu filho “Bronny”. Será que o Los Angeles Lakers regulará o tempo que sua principal estrela passará em quadra?
O veterano LeBron, de um lado, é o principal expoente da longevidade que os cuidados com a saúde e com o próprio corpo podem proporcionar a um esportista. De outro lado, “Bronny” é o jovem estreante que passou por um problema cardíaco no ano passado e que precisa provar que não está na liga somente por ser filho de um dos maiores jogadores de todos os tempos. História fascinante de se acompanhar.
Haverá muitos olhos voltados também para atletas em afirmação, como o gigante francês Victor Wembanyama, e para atletas em reafirmação, como o polêmico Ja Morant.
Sem nos esquecermos da legião estrangeira que vem dominando a NBA em anos recentes, com Giannis Antetokounmpo (grego descendente de nigerianos), Nikola Jokić (sérvio) e Luka Dončić (esloveno).
Quem será o novo “rosto” de uma liga energizada pelo retorno do New York Knicks à disputa dos troféus? Sim, troféus no plural, pois teremos novamente a Copa da NBA, agora com naming rights.
E, claro, certamente falaremos de apostas esportivas e do projeto de expansão que deverá ocupar a concorrida agenda do Comissário Adam Silver.
Saudemos a nova temporada da NBA! Venha conosco!
Crédito imagem: AP Photo/Ryan Sun
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